Carlinhos Cachoeira passou a sacolinha da propina, comprando quem estivesse pela frente. Agora, todos morrerão abraçados. Por Claudio Schamis
Emoções!
São tantas emoções. Agora aguenta coração porque a coisa é tamanho “JJ”.
A CPI mista, que já está sendo apelidada de “Jim Jones”, traçando um paralelo com o suicídio coletivo ocorrido em 1978, na Guiana, e que tinha à frente um líder de uma seita, onde “todos morreram abraçados” pode, segundo a Rádio Pânico Parlamentar, acontecer novamente.
E não vem agora me dizer que é diferente. Não é. Mudam os nomes, os cargos e o endereço, mas o bojo da questão é o mesmo. Carlinhos Cachoeira é o Jim Jones do século XXI, que passa a sacolinha da propina, comprando quem estiver pela frente que pode lhe facilitar a vida. Simples assim.
Além do horizonte!
E pelo visto isso transcende o horizonte. As garras e tentáculos estão apenas começando a ser expostos. Até onde isso vai, só vai depender dos senhores relatores da CPI e da sua vontade em fazer valer os valores que deveriam ser preservados, como caráter, ética, honestidade e coerência.
Debaixo dos caracóis de seus cabelos!
Estava tudo ali, debaixo dos caracóis do cabelo de Demóstenes Torres. E a partir disso, deu no que deu até agora. Por um lado isso já é muito bom, pois a investigação já está feita, já está pronta.
Não será preciso que a CPI peça que se investigue nada. Tá tudo lá com o Ministério Público e com a Polícia Federal.
A CPI sim, poderá pedir que se aprofunde e amplie ainda mais a investigação. E segundo as palavras do relator, Odair Cunha: “Doa a quem doer”.
Será mesmo?
Eu sou terrível!
Quer dizer, “Eu sou fiel” disse o relator da CPI, Odair Cunha. O que isso exatamente quer dizer? Aliás, é terrível que um relator deveria ser “fiel ao governo”. Afinal, ele deveria, sem dó nem piedade, chegar ao fundo do poço sem poupar ninguém. Mas como ele é do PT, com certeza deverá puxar a sardinha um pouquinho pro lado deles.
Se bem que ele disse que não fará nada diferente do que outro petista faria. A conferir.
Ou será que essa fala dele ser fiel é porque ele torce pro Corinthians, é isso?
Proposta!
Eu te proponho pelo menos pensar no assunto. Não seria melhor que uma CPI, seja ela mista ou não, fosse presidida e formada por gente que nem a gente, sem nenhum conflito de interesse? Gente sem vínculo nenhum com qualquer político.
Como se faz nos concursos culturais, onde é vedada a participação de parentes, às vezes, até o 3º grau, ou de pessoas que trabalhem na empresa em questão? Então, se isso valesse, quem sabe não teríamos um julgamento justo?
Não que eles não possam (mas acho que justo como se espera, não) fazer, mas nós sabemos, como já disse, que tudo indica que alguns cairão nessa guerra apenas para preservar outros mais intocáveis, digamos assim.
A montanha!
Essa montanha de denuncias, gravações, políticos envolvidos em mais um escândalo não pode em hipótese nenhuma atrapalhar ou acobertar, ou ainda trazer os holofotes só para Carlinhos Cachoeira, como talvez os envolvidos no mensalão queiram.
Esse outro imbróglio em torno do mensalão existe, e deve ser levado adiante. Como foi lembrado em várias manifestações que aconteceram em 25 diferentes estados no dia da Inconfidência Mineira, e do qual participei aqui no Rio, onde o lema era: “SOS STF – pelo julgamento do mensalão já”. Pois temos medo que os crimes possam acabar prescrevendo, já que apareceu algo mais fresquinho para chamar a atenção.
Quero que vá tudo pro inferno!
José Sarney, presidente do Senado, disse que essa CPI do Cachoeira será um tempo de
“grandes revelações e turbulências”, e eu complementaria: um tempo de trevas nunca visto na história dessa país.
Porém Sarney não parece preocupado com nada além de enriquecer mais e deixar seu estado no limbo. E isso fica evidente quando perguntado sobre as movimentações de petistas e peemedebistas para manter a CPI somente com o foco na ligação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, principalmente da oposição e empresas, e evitar que a lama respingue no governo federal.
Sarney, a pessoa “incomum”, disse que esse não era um problema dele. Em outras palavras: “Quero que tudo vá pro inferno”.
Na paz do seu sorriso!
Ainda que respingos da crise Carlinhos Cachoeira no governo Dilma tenham produzido a saída da Delta Construções do consórcio para a reforma do Maracanã, nada disso foi suficiente para abalar a paz e o sorriso do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que diz que acredita que as obras de reforma do estádio não atrasarão – e que não será preciso depois correr em caráter de urgência e gastar mais um pouco além da conta, como já é de praxe.
Eu agora lhe pergunto: “Quem acredita em Papai Noel”? “Quem acredita em coelhinhos da Páscoa?” “Quem acredita em duendes?” Ah, e “quem acredita no ministro Aldo?”, por favor, pode levantar a mão!
Força Estranha!
É um caso até de estudo cientifico a força que Carlinhos Cachoeira tem. Lá em Anápolis (GO), ninguém esconde o fato de ser amigo dele. Muito pelo contrário. Lá ele ainda é rei. Tanto que seu sobrinho, Fernando Cunha, é pré-candidato à prefeitura. Ah, coitados!
Eu quero apenas!
Pelo visto, a música de Roberto Carlos foi feita para o Carlinhos Cachoeira. Se Carlinhos não quer cantar sozinho e preferir levar seu canto (leia-se ajuda de custo) a qualquer amigo que precisar e quer ter um milhão de amigos, acho que ele consegue. Ou já conseguiu. Até o governador de Tocantins apareceu nas escutas telefônicas. Será que até o Roberto Carlos o conhece?
Guerra dos meninos!
Dilma não está gostando nada dessa história de CPI, mas já disse que não vai se meter no poder do Congresso. E que suas atribuições são muitas e outras. Isso vai ser guerra dos meninos.
Mas, Dilma já começa a traçar uma estratégia de defesa em razão do envolvimento de Carlinhos Cachoeira com a Delta Construções, e desta com as obras do PAC, que é seu filho também, junto com Lula.
E isso vamos também conferir se nessa guerra de meninos não vai sobrar pra Dilma.
As baleias: Salvem as baleias. Eu te darei o céu: Não jogue lixo no chão. É proibido Fumar: Não fume em ambientes fechados.
28 de abril de 2012
opinião e notícia
Nenhum comentário:
Postar um comentário