JADER BARBALHO, O AGIOTA DO PARÁ
General, interventor, governador, senador e glória do Pará desde a revolução
de 30, Magalhães Barata foi ao aeroporto esperar o presidente Juscelino
Kubitschek em sua primeira viagem ao Estado.
PSD e PTB disputavam o controle das posições federais no Pará e o velho líder pessedista não admitia que lhe tentassem puxar o tapete. O centro da briga era Valdir Bouhid, superintendente da SPEVEA, que os inimigos de Barata queriam derrubar e Barata queria manter.
Em Belém corria a notícia de que Juscelino já ia chegar levando no avião o novo superintendente. Barata espumava. Quando JK, desceu, atrás dele, levemente careca, um homem de olhar morno espiava os cantos como quem não sabia de nada e as pessoas como quem gostasse de saber tudo.
Barata, desconfiado, depois de abraçar Juscelino, mal cumprimentou o homem de olhar neutro. O presidente chamou Barata:
- General, tenho o prazer de lhe apresentar um dos líderes das finanças de Minas, o dr. Gilberto Faria, presidente do Banco da Lavoura de Minas (depois dividido em Banco Real, de Aloysio Faria, e Banco Bandeirantes, do irmão Gilberto).
Barata mediu o mineiro intruso, olhou rispidamente para Juscelino e rosnou, irritado:
- Presidente, me desculpe, mas se o novo homem é este o Pará agradece. De agiotas as esquinas de Belém estão cheias.
Juscelino caiu na risada. Gilberto Faria continuou com seu olhar morno e neutro, sem nada entender. Valdir Bouhid ficou na SPEVEA.
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O MAU HERDEIRO
Quarenta anos depois, o herdeiro político do PSD do general Barata no Pará e principal líder político do Estado nos últimos vinte anos, Jader Barbalho foi obrigado a renunciar ao mandato de senador, preso e vilipendiado por descabidas, arbitrárias e brutamontes algemas.
Depois, teve seus bens seqüestrados pela Justiça. Por quê? Por agiotagem. Por desvio de dinheiro público para suas contas bancárias. Todas as acusações contra ele resumem-se numa só: desviar e especular com dinheiro público, da Sudam, do Banpará, da Reforma Agrária e da Previdência.
Jader é o agiota que o general Barata pensava que Gilberto Faria era.
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TANCREDO, O SÁBIO
Tancredo Neves dizia: – “Em política, todo acréscimo significa também uma subtração. É preciso fazer bem as contas. Se der soma zero, não faça”.
O apoio do PSB a Fernando Haddad, por insistência de Lula, que está difícil de ser fechado, pode ser uma soma zero.
Sebastião Nery
28 de abril de 2012
PSD e PTB disputavam o controle das posições federais no Pará e o velho líder pessedista não admitia que lhe tentassem puxar o tapete. O centro da briga era Valdir Bouhid, superintendente da SPEVEA, que os inimigos de Barata queriam derrubar e Barata queria manter.
Em Belém corria a notícia de que Juscelino já ia chegar levando no avião o novo superintendente. Barata espumava. Quando JK, desceu, atrás dele, levemente careca, um homem de olhar morno espiava os cantos como quem não sabia de nada e as pessoas como quem gostasse de saber tudo.
Barata, desconfiado, depois de abraçar Juscelino, mal cumprimentou o homem de olhar neutro. O presidente chamou Barata:
- General, tenho o prazer de lhe apresentar um dos líderes das finanças de Minas, o dr. Gilberto Faria, presidente do Banco da Lavoura de Minas (depois dividido em Banco Real, de Aloysio Faria, e Banco Bandeirantes, do irmão Gilberto).
Barata mediu o mineiro intruso, olhou rispidamente para Juscelino e rosnou, irritado:
- Presidente, me desculpe, mas se o novo homem é este o Pará agradece. De agiotas as esquinas de Belém estão cheias.
Juscelino caiu na risada. Gilberto Faria continuou com seu olhar morno e neutro, sem nada entender. Valdir Bouhid ficou na SPEVEA.
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O MAU HERDEIRO
Quarenta anos depois, o herdeiro político do PSD do general Barata no Pará e principal líder político do Estado nos últimos vinte anos, Jader Barbalho foi obrigado a renunciar ao mandato de senador, preso e vilipendiado por descabidas, arbitrárias e brutamontes algemas.
Depois, teve seus bens seqüestrados pela Justiça. Por quê? Por agiotagem. Por desvio de dinheiro público para suas contas bancárias. Todas as acusações contra ele resumem-se numa só: desviar e especular com dinheiro público, da Sudam, do Banpará, da Reforma Agrária e da Previdência.
Jader é o agiota que o general Barata pensava que Gilberto Faria era.
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TANCREDO, O SÁBIO
Tancredo Neves dizia: – “Em política, todo acréscimo significa também uma subtração. É preciso fazer bem as contas. Se der soma zero, não faça”.
O apoio do PSB a Fernando Haddad, por insistência de Lula, que está difícil de ser fechado, pode ser uma soma zero.
Sebastião Nery
28 de abril de 2012
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