Bancos privados querem garantias
Depois do anúncio do pacote de
incentivo ao crédito feito pelo Banco do Brasil, que aumentou o limite
disponível aos clientes em R$ 43,1 bilhões, movimento que será endossado pela
Caixa Econômcia Federal na segunda-feira, os bancos privados começam a traçar
estratégias em conjunto para não ficarem para trás no mercado.
Oficialmente, Bradesco,
Itaú Unibanco,
Santander
e HSBC afirmam que estão "avaliando" a possibilidade de lançarem medidas semelhantes.
Nos bastidores, entretanto, eles se movimentam para levar propostas ao Ministério da Fazenda, que deve receber na próxima semana o presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Murilo Portugal.
Entre as medidas a serem sugeridas pelos bancos está a permissão para que os fundos de previdência privada (PGBL e VGBL) sejam usados como garantia aos empréstimos. Essa é uma questão central para as instituições, porque elas enfrentam indicadores de inadimplência bem maiores do que os bancos públicos.
Dados do Banco Central mostram que a margem de lucro dos bancos é a principal responsável pelas altas taxas no país, com uma parcela de 32% na composição do spread, enquanto os impostos diretos respondem por 21% e o custo administrativo, por 12%. Daí a bronca da presidente Dilma Rousseff.
Além disso, a meta para a taxa Selic caiu de 12,5%, em agosto do ano passado, para 9,75% neste ano, com possibilidade de chegar a 9% ainda neste mês, enquanto o spread só aumentou em igual período. Na prática, em vez de repassar a queda dos juros aos clientes, os bancos embolsaram a diferença.
A desaceleração da inflação — que ficou em 5,24% no acumulado dos últimos 12 meses, abaixo da projeção do Banco Central de 5,5% — completa o cenário favorável ao corte, já que aliviará o orçamento das famílias, ponto fundamental para reativar o crédito.
Quem não ficou satisfeito com as medidas foram os acionistas do Banco do Brasil: depois de uma queda de 5,9% na última quarta-feira, os papéis da empresa voltaram a cair ontem e fecharam o dia cotados a R$ 24,13, variação negativa de 0,29%.
Na avaliação de Adolfo Sachsida, professor de economia da Universidade Católica de Brasília (UCB), o pacote de incentivo ao crédito planejado pelo governo pode funcionar a curto prazo, mas será um tiro no pé para o futuro da economia no país.
O motivo, no entender de Sachsida, é que, com juros menores, a demanda por crédito crescerá acima da capacidade de oferta dos bancos.
"Essa é a hora para tomar um financiamento, porque nos próximos anos o crédito fácil vai acabar. A questão é se as pessoas que tomarão empréstimo a um preço artificial nos próximos meses serão capazes de fazer uso produtivo de recursos que poderiam ter sido emprestados a empresários", ponderou.
Expansão lenta
A estratégia do Banco do Brasil de baixar juros para atrair novos clientes, aliada à operação do Banco Postal — que o BB começou a administrar em janeiro —, pode ajudar a empresa a acelerar o ritmo de expansão do número de contas-correntes.
O BB vem crescendo menos que seus concorrentes privados na abertura de contas:
em 2011 foram 36 milhões de contas-correntes, crescimento de 0,5% em comparação com 2010.
Nos bancos privados, a expansão foi maior em igual período. No Bradesco, o crescimento foi de 9% e no Santander, de 7%.aa
Oficialmente, Bradesco,
Itaú Unibanco,
Santander
e HSBC afirmam que estão "avaliando" a possibilidade de lançarem medidas semelhantes.
Nos bastidores, entretanto, eles se movimentam para levar propostas ao Ministério da Fazenda, que deve receber na próxima semana o presidente da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), Murilo Portugal.
Entre as medidas a serem sugeridas pelos bancos está a permissão para que os fundos de previdência privada (PGBL e VGBL) sejam usados como garantia aos empréstimos. Essa é uma questão central para as instituições, porque elas enfrentam indicadores de inadimplência bem maiores do que os bancos públicos.
Dados do Banco Central mostram que a margem de lucro dos bancos é a principal responsável pelas altas taxas no país, com uma parcela de 32% na composição do spread, enquanto os impostos diretos respondem por 21% e o custo administrativo, por 12%. Daí a bronca da presidente Dilma Rousseff.
Além disso, a meta para a taxa Selic caiu de 12,5%, em agosto do ano passado, para 9,75% neste ano, com possibilidade de chegar a 9% ainda neste mês, enquanto o spread só aumentou em igual período. Na prática, em vez de repassar a queda dos juros aos clientes, os bancos embolsaram a diferença.
A desaceleração da inflação — que ficou em 5,24% no acumulado dos últimos 12 meses, abaixo da projeção do Banco Central de 5,5% — completa o cenário favorável ao corte, já que aliviará o orçamento das famílias, ponto fundamental para reativar o crédito.
Quem não ficou satisfeito com as medidas foram os acionistas do Banco do Brasil: depois de uma queda de 5,9% na última quarta-feira, os papéis da empresa voltaram a cair ontem e fecharam o dia cotados a R$ 24,13, variação negativa de 0,29%.
Na avaliação de Adolfo Sachsida, professor de economia da Universidade Católica de Brasília (UCB), o pacote de incentivo ao crédito planejado pelo governo pode funcionar a curto prazo, mas será um tiro no pé para o futuro da economia no país.
O motivo, no entender de Sachsida, é que, com juros menores, a demanda por crédito crescerá acima da capacidade de oferta dos bancos.
"Essa é a hora para tomar um financiamento, porque nos próximos anos o crédito fácil vai acabar. A questão é se as pessoas que tomarão empréstimo a um preço artificial nos próximos meses serão capazes de fazer uso produtivo de recursos que poderiam ter sido emprestados a empresários", ponderou.
Expansão lenta
A estratégia do Banco do Brasil de baixar juros para atrair novos clientes, aliada à operação do Banco Postal — que o BB começou a administrar em janeiro —, pode ajudar a empresa a acelerar o ritmo de expansão do número de contas-correntes.
O BB vem crescendo menos que seus concorrentes privados na abertura de contas:
em 2011 foram 36 milhões de contas-correntes, crescimento de 0,5% em comparação com 2010.
Nos bancos privados, a expansão foi maior em igual período. No Bradesco, o crescimento foi de 9% e no Santander, de 7%.aa
06 de abril de 2012
camuflados
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