Reportagem de Gabriela Guerreiro, da Folha de S. Paulo, informa que deputados da Comissão de Direitos Humanos pediram à presidência da Câmara a abertura de um processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Os parlamentares querem que Bolsonaro seja punido pelo seu comportamento durante reunião de uma subcomissão da Casa, realizada na terça-feira, que discutia crimes cometidos durante a ditadura militar atuava como se fosse uma espécie de “Comissão da Verdade” paralela, montada pela Câmara.
As testemunhas estavam sendo ouvidas em reunião secreta da subcomissão, para que tivessem as identidades preservadas, sob justificativa de que poderiam sofrer ameaças de morte.
Segundo relato dos deputados, Bolsonaro destratou um dos funcionários da comissão ao solicitar documentos levados por testemunhas que participaram da Guerrilha da Araguaia.
O deputado, que não é membro da comissão, também teria entrado na sala aos gritos, ofendendo os depoentes.
“O deputado constrangeu membros da comissão, agrediu um servidor, tentou atrapalhar o debate. Tirou fotos escondidas dos depoentes e disse ao servidor, ao ter negado o direito de arrancar documentos das suas mãos, que a conversa não tinha chegado no chiqueiro”, relatou o presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA).
Em sua opinião, se a Câmara não tomar providências contra Bolsonaro, as próximas reuniões da subcomissão que discute os crimes da ditadura poderão estar comprometidas. “Pode haver até confronto físico. Se a Câmara não agir, a responsabilidade será toda dela”, advertiu Dutra.
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BOLSONARO NÃO ESTÁ NEM AÍ
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que, apesar da conhecida postura de Bolsonaro na Câmara, desta vez há elementos para a abertura de processo contra o parlamentar.
“O Código de Ética da Câmara coloca como grave a ofensa, a perturbação da ordem ou a tentativa de se impedir realizar uma sessão.
Na democracia, você pode ser fascista, nazista. Mas sem atos de violência”, afirmou.
Na reunião com os deputados, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) prometeu encaminhar o pedido ao corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE).
Cabe a ele decidir se instaura processo contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. As punições vão desde advertência até a cassação do mandato. Hipoteticamente.
Bolsonaro nega as acusações dos membros da comissão e diz que não quebrou o decoro parlamentar nem tirou fotos dos depoentes, mas admite que protestou durante a audiência.
“Essa é a comissão da mentira. Eles querem me constranger para eu não participar das reuniões, mas eu vou a todas.”
Na verdade, o pedido de processo era tudo que Bolsonaro queria. Com isso, ele consegue chamar atenção para seu trabalho no Congresso e agrada seu fiel eleitorado, que hoje garante emprego para toda a família. Um dos filhos, Flávio Bolsonaro, é deputado estadual, e o outro, Carlos Bolsonaro, é vereador. E a vida segue em frente, se repetindo como história e como farsa, seja na Comissão da Verdade ou fora dele. admin | Artigo do dia | Um comentário | sexta-feira, 06 de abril de 2012 | 05:10
06 de abril de 2012
Carlos Newton
Os parlamentares querem que Bolsonaro seja punido pelo seu comportamento durante reunião de uma subcomissão da Casa, realizada na terça-feira, que discutia crimes cometidos durante a ditadura militar atuava como se fosse uma espécie de “Comissão da Verdade” paralela, montada pela Câmara.
As testemunhas estavam sendo ouvidas em reunião secreta da subcomissão, para que tivessem as identidades preservadas, sob justificativa de que poderiam sofrer ameaças de morte.
Segundo relato dos deputados, Bolsonaro destratou um dos funcionários da comissão ao solicitar documentos levados por testemunhas que participaram da Guerrilha da Araguaia.
O deputado, que não é membro da comissão, também teria entrado na sala aos gritos, ofendendo os depoentes.
“O deputado constrangeu membros da comissão, agrediu um servidor, tentou atrapalhar o debate. Tirou fotos escondidas dos depoentes e disse ao servidor, ao ter negado o direito de arrancar documentos das suas mãos, que a conversa não tinha chegado no chiqueiro”, relatou o presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA).
Em sua opinião, se a Câmara não tomar providências contra Bolsonaro, as próximas reuniões da subcomissão que discute os crimes da ditadura poderão estar comprometidas. “Pode haver até confronto físico. Se a Câmara não agir, a responsabilidade será toda dela”, advertiu Dutra.
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BOLSONARO NÃO ESTÁ NEM AÍ
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que, apesar da conhecida postura de Bolsonaro na Câmara, desta vez há elementos para a abertura de processo contra o parlamentar.
“O Código de Ética da Câmara coloca como grave a ofensa, a perturbação da ordem ou a tentativa de se impedir realizar uma sessão.
Na democracia, você pode ser fascista, nazista. Mas sem atos de violência”, afirmou.
Na reunião com os deputados, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) prometeu encaminhar o pedido ao corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE).
Cabe a ele decidir se instaura processo contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar. As punições vão desde advertência até a cassação do mandato. Hipoteticamente.
Bolsonaro nega as acusações dos membros da comissão e diz que não quebrou o decoro parlamentar nem tirou fotos dos depoentes, mas admite que protestou durante a audiência.
“Essa é a comissão da mentira. Eles querem me constranger para eu não participar das reuniões, mas eu vou a todas.”
Na verdade, o pedido de processo era tudo que Bolsonaro queria. Com isso, ele consegue chamar atenção para seu trabalho no Congresso e agrada seu fiel eleitorado, que hoje garante emprego para toda a família. Um dos filhos, Flávio Bolsonaro, é deputado estadual, e o outro, Carlos Bolsonaro, é vereador. E a vida segue em frente, se repetindo como história e como farsa, seja na Comissão da Verdade ou fora dele. admin | Artigo do dia | Um comentário | sexta-feira, 06 de abril de 2012 | 05:10
06 de abril de 2012
Carlos Newton
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