"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 12 de abril de 2012

HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY


PELÉ OS BEATLES

Quando se aposentou do futebol profissional e foi brincar de jogar no Cosmo dos Estados Unidos, Pelé entrou em um curso intensivo de inglês. Uma tarde, ia saindo da escola, quando um rapaz alto, cabelos longos, de óculos, o cumprimentou na calçada, fez-lhe um punhado de elogios e pediu para fazerem uma foto.
A foto foi feita, o rapaz agradeceu muito, despediram-se, cada um foi para seu lado. Depois de atravessar a rua, Pelé se lembrou de já ter visto aquele tipo em algum ligar. Olhou para trás, reconheceu John Lehnon.

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BRASÍLIA

A Copa do Mundo de 66 foi na Inglaterra. A delegação brasileira ficou instalada em Liverpool. Uma tarde, aparecem lá quatro cabeludos oferecendo-se para fazerem um show musical em homenagem à seleção brasileira, sem cobrar um tostão. A comissão técnica nem quis recebê-los.
Eram os Beatles.
Pelé relembrou estas histórias em janeiro de 2008, numa conversa com o então governador José Roberto Arruda, de Brasília.
O governo de Brasília decidiu realizar em junho uma grande celebração dos cinqüenta anos da Copa de 58, a primeira que o Brasil ganhou, na Suécia. E Pelé foi chamadao para ser o presidente de honra da festa.
Deveriam ter convidado McCartney e Ringo.

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ELEONORA

Magistral este trecho da jornalista Eleonora de Lucena, da Folha, sobre a crise econômica, os executivos dos bancos e as tais agências de risco:
“Mocinhos engomados e arrogantes colhem seus robustos bônus. Suas apostas foram catapultadas pela arquitetura fácil de riqueza. Tiveram o incentivo dos chefes dos bancos e o beneplácito das autoproclamadas agências de risco. Embrulhadas em números gostosos, as projeções esconderam um mundo oco. Enrolaram cidadãos, empresas, governos. Os acrobatas garantiram seus ganhos e agora assistem ao castelo desmoronar. Com o rabo entre as pernas, clamam por socorro do arquiinimigo, o Estado. São apenas peças mais visíveis dessa engrenagem chamada capitalismo”.
Nada a acrescentar.

12 de  abril de 2012
Sebastião Nery

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