DIA EM QUE OS ELEFANTES VOAREM
Nem a CPI mista conseguirá iluminar todas as teias da rede de corrupção armada por Carlinhos Cachoeira em diversos estados e no Distrito Federal. Suas proporções são desconhecidas e envolvem políticos, partidos e governantes de diversos matizes. Governistas e oposicionistas tremem de medo diante das revelações que a investigação da Polícia Federal acumulou e que fatalmente servirá de roteiro para deputados e senadores.
O primeiro depoimento na CPI terá forçosamente que ser do próprio bicheiro, assessorado por um dos maiores criminalistas do país, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Pela lógica, Carlinhos Cachoeira será aconselhado a falar o menos possível, quem sabe apenas nome, idade e endereço.
Escapar da prisão parece sua primeira preocupação, mas também inocentar cúmplices como o senador Demóstenes Torres e esse monte de funcionários federais e estaduais envolvidos e relacionados com ele. Alguns afastados, outros afastando-se, claro que também serão ouvidos. Sem exceção, buscarão eximir-se de qualquer culpa na liberação de contratos, tráfico de influência, recebimento de propinas e sucedâneos.
As gravações da Polícia Federal, com autorização do Judiciário, servirão como peça principal para as indagações parlamentares, ainda que cada senador ou deputado deva atenuar a situação de correligionários e atormentar adversários. Será nesse particular que a CPI poderá contribuir para esclarecer aspectos da lambança orquestrada à sombra do poder público.
Carlinhos Cachoeira é a bola da vez, como já foram PC Farias, Delúbio Soares, Marcos Valério e outros. Se resolvesse abrir o jogo para evitar previsíveis punições futuras, prestaria grande serviço à causa do combate à impunidade. Obviamente, só no dia em que os elefantes voarem.
Em suma, a CPI é necessária na tentativa de elucidação dessa nova maracutaia nacional, ainda que as reuniões paralelas do Conselho de Ética do Senado venham a ser mais profícuas, na medida em que poderão chegar à cassação do mandato de Demóstenes Torres.
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UM PASSO ATRÁS
A experiência do governo do PT no Distrito Federal vem-se revelando desastrosa, pelo menos neste ano e três meses da administração Agnelo Queirós. Proporcionalmente, a falta de segurança pública é a maior em todo o país, dado o número de seqüestros, assaltos e até assassinatos aqui verificados.
O trânsito virou um inferno, inaugurando-se prática singular nas ruas da capital: estaciona-se não mais em fila dupla ou tripla, mas quádrupla. Da saúde nem se fala: faltam médicos, enfermeiros e postos de saúde, sendo que os hospitais públicos, com exceção da Rede Sarah, mostram-se insuficientes para atender a demanda. A medida do desemprego pode ser tomada nos semáforos e cruzamentos de avenidas grandes e pequenas, onde se acumulam vendedores de tudo, de água e panos de prato, brinquedos made in China e guarda-chuvas.
Pois como se não bastasse o caos administrativo, surgem agora sinais inequívocos da ação de Carlinhos Cachoeira em Brasília. Até o chefe de gabinete do governador precisou demitir-se. Dá saudade dos tempos em que Juscelino Kubitschek e muitos de seus sucessores simplesmente nomeavam o prefeito da capital…
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UM PASSO ADIANTE
Nem tudo é corrupção e impunidade no país. O comandante da Escola Superior de Guerra, general Túlio Cherem, promoveu em Brasília o I Encontro Temático daquela instituição, tendo como mote a criação da Codebrás – Companhia de Desenvolvimento Brasileiro. A proposta ensejaria a implementação de projetos ligados à Estratégia Nacional de Defesa através da captação de recursos nos mercados financeiros do Brasil e do Exterior. O tema “Defesa”, para a ESG, precisa ganhar fóruns de debate sobre investimentos estratégicos, sem o aumento de encargos financeiros para o governo.
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FOI O CACHOEIRA
Num passado distante, Zéquinha e Joãozinho pularam o muro do quintal de dona Maria para roubar goiabas. Quando a brava matrona surgiu de vassoura na mão, eles fugiram, mas ficaram com medo de as goiabas terem sido contadas e, na falta de algumas, ir para eles a acusação do roubo. Foi quando um falou para o outro: “não tem problema. Nós falamos que foram os comunistas…”
Pois a moda agora mudou. Tudo o que de ruim é praticado tem uma desculpa: “foi o Cachoeira!” dizem quantos são flagrados em ilícitos e malfeitos.
O primeiro depoimento na CPI terá forçosamente que ser do próprio bicheiro, assessorado por um dos maiores criminalistas do país, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Pela lógica, Carlinhos Cachoeira será aconselhado a falar o menos possível, quem sabe apenas nome, idade e endereço.
Escapar da prisão parece sua primeira preocupação, mas também inocentar cúmplices como o senador Demóstenes Torres e esse monte de funcionários federais e estaduais envolvidos e relacionados com ele. Alguns afastados, outros afastando-se, claro que também serão ouvidos. Sem exceção, buscarão eximir-se de qualquer culpa na liberação de contratos, tráfico de influência, recebimento de propinas e sucedâneos.
As gravações da Polícia Federal, com autorização do Judiciário, servirão como peça principal para as indagações parlamentares, ainda que cada senador ou deputado deva atenuar a situação de correligionários e atormentar adversários. Será nesse particular que a CPI poderá contribuir para esclarecer aspectos da lambança orquestrada à sombra do poder público.
Carlinhos Cachoeira é a bola da vez, como já foram PC Farias, Delúbio Soares, Marcos Valério e outros. Se resolvesse abrir o jogo para evitar previsíveis punições futuras, prestaria grande serviço à causa do combate à impunidade. Obviamente, só no dia em que os elefantes voarem.
Em suma, a CPI é necessária na tentativa de elucidação dessa nova maracutaia nacional, ainda que as reuniões paralelas do Conselho de Ética do Senado venham a ser mais profícuas, na medida em que poderão chegar à cassação do mandato de Demóstenes Torres.
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UM PASSO ATRÁS
A experiência do governo do PT no Distrito Federal vem-se revelando desastrosa, pelo menos neste ano e três meses da administração Agnelo Queirós. Proporcionalmente, a falta de segurança pública é a maior em todo o país, dado o número de seqüestros, assaltos e até assassinatos aqui verificados.
O trânsito virou um inferno, inaugurando-se prática singular nas ruas da capital: estaciona-se não mais em fila dupla ou tripla, mas quádrupla. Da saúde nem se fala: faltam médicos, enfermeiros e postos de saúde, sendo que os hospitais públicos, com exceção da Rede Sarah, mostram-se insuficientes para atender a demanda. A medida do desemprego pode ser tomada nos semáforos e cruzamentos de avenidas grandes e pequenas, onde se acumulam vendedores de tudo, de água e panos de prato, brinquedos made in China e guarda-chuvas.
Pois como se não bastasse o caos administrativo, surgem agora sinais inequívocos da ação de Carlinhos Cachoeira em Brasília. Até o chefe de gabinete do governador precisou demitir-se. Dá saudade dos tempos em que Juscelino Kubitschek e muitos de seus sucessores simplesmente nomeavam o prefeito da capital…
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UM PASSO ADIANTE
Nem tudo é corrupção e impunidade no país. O comandante da Escola Superior de Guerra, general Túlio Cherem, promoveu em Brasília o I Encontro Temático daquela instituição, tendo como mote a criação da Codebrás – Companhia de Desenvolvimento Brasileiro. A proposta ensejaria a implementação de projetos ligados à Estratégia Nacional de Defesa através da captação de recursos nos mercados financeiros do Brasil e do Exterior. O tema “Defesa”, para a ESG, precisa ganhar fóruns de debate sobre investimentos estratégicos, sem o aumento de encargos financeiros para o governo.
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FOI O CACHOEIRA
Num passado distante, Zéquinha e Joãozinho pularam o muro do quintal de dona Maria para roubar goiabas. Quando a brava matrona surgiu de vassoura na mão, eles fugiram, mas ficaram com medo de as goiabas terem sido contadas e, na falta de algumas, ir para eles a acusação do roubo. Foi quando um falou para o outro: “não tem problema. Nós falamos que foram os comunistas…”
Pois a moda agora mudou. Tudo o que de ruim é praticado tem uma desculpa: “foi o Cachoeira!” dizem quantos são flagrados em ilícitos e malfeitos.
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