"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 18 de maio de 2012

SÓ VINGANÇA, VINGANÇA, VINGANÇA...

O ódio de Fernando Collor contra a Revista Veja, fez com que se aliasse a Luiz Inácio Lula da Silva, que durante o processo de impeachment, fazendo-se de doutor em ética afirmou:

“Lamentavelmente a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões por terra. Deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor."



O desconforto de Collor com a Veja vem de longa data. Em 1988, quando ele era candidato e foi capa da publicação, onde se lê: “ Collor de Mello. O caçador de Marajás”.

Dois meses depois Collor e Cláudio Humberto chegam na redação da Veja. Tinha marcado o encontro na véspera, com José Roberto Guzzo diretor de redação Teoricamente Collor deu a entender que queria agradecer a capa e pediu e pediu:
“Gostaria de cumprimentar o Roberto Civita, é possível?”. No. mesmo instante Guzzo pegou o telefone, chamou Civita, este lhe explicou que estava ocupadíssimo, mas diante da insistência, aceitou e disse que fossem até o sexto andar onde tinha seu gabinete.
Civita cumprimentou Collor, explicou que estava ocupado e lamentou que o encontro não tivesse sido marcado com antecedência. Aí veio a primeira antipatia de Collor, pois não perdoou Civita o recebeu de pé e não o convidou a sentar.

Todavia, com crescimento de sua candidatura,Roberto Civita quis conhecê-lo melhor. Assim o convidou para janta. Assim o convidou para janta em sua casa (23/8/1989).

Jantaram só os dois. Laura mulher de Roberto, sentou-se à mesa antes da refeição para ver um pouco o candidato. Ela espantou-se com a onipotência que Fernando usava, ele fala o tempo inteiro e fazia questão de dizer que qualquer problema ele estava apto a resolver.
Quando ele foi embora, Laura falou:
“Roberto, o Collor é louco no sentido clínico, ele não vê a realidade, vive no mundo dele”. Não se sabe como, mais Collor ficou sabendo disso. E todo esse ódio consolidou-se com o começou de sua queda, que foi na capa da Veja: “Pedro Collor conta tudo” (27/5/1992).

Posso até entender esse sentimento do ex-presidente, com a revista que foi a grande responsável pela divulgação de suas falcatruas, só não posso entender o fato de ligar-se ao PT, depois de tudo que se fizeram reciprocamente.

Eles na CPMI de Cachoeira, aliaram-se com o criminoso propósito, de desqualificar a imprensa livre, pois está tem o dever de fiscalizar os governos quaisquer que sejam.

É duro ver o “País do Futuro” ser comandado por uma cleptocracia.

18 de maio de 2012
Giulio Sanmartini

(*)Mas, enquanto houver força em meu peito/ Eu não quero mais nada/ Só vingança, vingança, vingança./ Aos santos clamar (Lupicínio Rodrigues – “Vingança”).

(*) Fotomontagem: O ano em que o presidente caiu Pedro Collor deu o pontapé inicial e os fatos fizeram o resto: PC Farias recolhia propina de empresários para cobrir os gastos de Collor, como no caso do famoso Fiat Elba; vinte anos depois do processo que o levou a renunciar ao mandato, o ex-presidente (à dir., com a ex-mulher Rosane, a “madame que gastava demais”, nas palavras de PC.

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