PMs inauguraram o congestionamento humano
na Av. Paulista
VÃO LIVRE DO MASP - Usando cones de efeito moral e bafômetros de festim, a PM de São Paulo engarrafou uma manifestação contra a corrupção na noite de sábado. "Os subversivos estavam fumando mensalão em plena avenida Paulista, a polícia não tinha outra alternativa a não ser apagar o incêndio", disse o comandante-geral Geraldo Paranhos Fleury, à frente da operação Cachoeira Neles.
"Tínhamos também um bom estoque de pó de mico de última geração, comprado a bom preço numa licitação vencida pela empreiteira Delta, mas felizmente não precisamos usá-lo. Isso se chama zelo pelo dinheiro do contribuinte", gabou-se o chefe da polícia, dando na cabeça de um estudante da USP com um tomo da biografia em sete volumes do General Alfredo Stroessner.
O senador Eduardo Suplicy, que compareceu ao local por engano, acreditando tratar-se de um ato pela preservação do Mico Leão Dourado e da Perereca Amazônica, disse que a festa estava muito bonita até a intervenção policial. Perguntado sobre o que achava do fumacê produzido pela multidão, refletiu por sete minutos e quarenta e três segundos antes de responder: "The ex-president, my friend, is blowin' in the wind, FHC is blowin' in the wind...".
O ex-presidente do STF, Cezar Peluso, elogiou a independência das forças policiais: "Nossa polícia não pode agir de acordo com o clamor da opinião pública. Este foi um ato histórico em prol da autonomia das instituições democráticas", disse Peluso, enquanto lustrava um cassetete em seu gabinete.
O Congresso, por sua vez, decidiu fazer um ato de desagravo à polícia e em defesa da democracia para dar um basta na onda de radicalismo contra a corrupção que ameaça a ordem nacional. "Precisamos respeitar nossos valores maiores", disse em Brasília a ministra Ideli Salvatti, representanta do governo federal na cruzada cívica que une os Três Poderes. "Nossa juventude precisa aprender a preservar nosso patrimônio. Corrupção é coisa séria", disse. Depois, de mãos dadas com o senador Demóstenes Torres, representante do Legislativo no evento, e de José Dirceu, indicado pela Sociedade Civil Organizada das Empreiteiras, Ideli acompanhou comovida o Hino Nacional, interpretado em ritmo de lambada por Agnaldo Timóteo e Claudia Leitte.
O vice-presidente Michel Temer enviou uma mensagem ao Congresso lamentando a ausência em momento tão grave. Sua assessoria informou que ele tinha no mesmo horário uma audiência com a ONG Tradição, Família e Impunidade.
Ao final do dia, a Câmara de São Paulo aprovou um rodízio de manifestações contra a corrupção: atos coordenados pelo PSOL só poderão circular às segundas-feiras na hora do rush. Passeatas comandadas pelo PT, só em dia de chuva forte. Vernissages lideradas pelo PSDB ficam limitadas a estabelecimentos comerciais com final ímpar da Oscar Freire. Lojas com numeração par foram desapropriadas por FHC, que pretende instalar nelas cafés temáticos dedicados à expansão da mente.
18 de maio de 2012
The i-Piaui Herald
VÃO LIVRE DO MASP - Usando cones de efeito moral e bafômetros de festim, a PM de São Paulo engarrafou uma manifestação contra a corrupção na noite de sábado. "Os subversivos estavam fumando mensalão em plena avenida Paulista, a polícia não tinha outra alternativa a não ser apagar o incêndio", disse o comandante-geral Geraldo Paranhos Fleury, à frente da operação Cachoeira Neles.
"Tínhamos também um bom estoque de pó de mico de última geração, comprado a bom preço numa licitação vencida pela empreiteira Delta, mas felizmente não precisamos usá-lo. Isso se chama zelo pelo dinheiro do contribuinte", gabou-se o chefe da polícia, dando na cabeça de um estudante da USP com um tomo da biografia em sete volumes do General Alfredo Stroessner.
O senador Eduardo Suplicy, que compareceu ao local por engano, acreditando tratar-se de um ato pela preservação do Mico Leão Dourado e da Perereca Amazônica, disse que a festa estava muito bonita até a intervenção policial. Perguntado sobre o que achava do fumacê produzido pela multidão, refletiu por sete minutos e quarenta e três segundos antes de responder: "The ex-president, my friend, is blowin' in the wind, FHC is blowin' in the wind...".
O ex-presidente do STF, Cezar Peluso, elogiou a independência das forças policiais: "Nossa polícia não pode agir de acordo com o clamor da opinião pública. Este foi um ato histórico em prol da autonomia das instituições democráticas", disse Peluso, enquanto lustrava um cassetete em seu gabinete.
O Congresso, por sua vez, decidiu fazer um ato de desagravo à polícia e em defesa da democracia para dar um basta na onda de radicalismo contra a corrupção que ameaça a ordem nacional. "Precisamos respeitar nossos valores maiores", disse em Brasília a ministra Ideli Salvatti, representanta do governo federal na cruzada cívica que une os Três Poderes. "Nossa juventude precisa aprender a preservar nosso patrimônio. Corrupção é coisa séria", disse. Depois, de mãos dadas com o senador Demóstenes Torres, representante do Legislativo no evento, e de José Dirceu, indicado pela Sociedade Civil Organizada das Empreiteiras, Ideli acompanhou comovida o Hino Nacional, interpretado em ritmo de lambada por Agnaldo Timóteo e Claudia Leitte.
O vice-presidente Michel Temer enviou uma mensagem ao Congresso lamentando a ausência em momento tão grave. Sua assessoria informou que ele tinha no mesmo horário uma audiência com a ONG Tradição, Família e Impunidade.
Ao final do dia, a Câmara de São Paulo aprovou um rodízio de manifestações contra a corrupção: atos coordenados pelo PSOL só poderão circular às segundas-feiras na hora do rush. Passeatas comandadas pelo PT, só em dia de chuva forte. Vernissages lideradas pelo PSDB ficam limitadas a estabelecimentos comerciais com final ímpar da Oscar Freire. Lojas com numeração par foram desapropriadas por FHC, que pretende instalar nelas cafés temáticos dedicados à expansão da mente.
18 de maio de 2012
The i-Piaui Herald
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