Reportagem de Sônia Racy e Tiago Décimo, O Estado de São Paulo de segunda-feira, 30 de abril, revela que a presidenta Dilma Rousseff, ao contrário do que supunham figuras do próprio PT, mandou colocar na internet todos os contratos da Delta Construções com o governo federal. Assim agindo, ela impulsiona governadores e prefeitos, a fazerem o mesmo. Sem dúvida. Caso contrário, não tomaria a iniciativa. As informações são do deputado Marco Maia, presidente da Câmara Federal. A foto que acompanha a matéria é de Tiago Archanjo.
Dilma, maias uma vez, diante de denúncias de corrupção e comprometimento, escolhe o caminho certo da transparência. Com isso demonstra nada temer das investigações e, sobretudo, sinaliza de que a si não interessa que o processo Delta seja abafado. Pelo contrário. Quanto mais exposto estiver, melhor politicamente para ela. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao mensalão.
Não interessa à presidenta da República a absolvição de quem quer que seja. Nada disso. Quanto mais rigor houver, na CPI Demóstenes-Cachoeira e no Supremo Tribunal Federal, melhor.
Dilma, em ambos os casos, livra-se dos aliados incômodos, dos falsos amigos, os quais sempre terminam levando os que ocupam o poder a situações constrangedoras. Para dizer o mínimo. Dilma Rousseff não convive bem com a corrupção. É visível que tem de se esforçar para tornar-se capaz de suportar tais atmosferas tóxicas. Como inclusive reconheceu o ex presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista a Maria Cristina Frias, Folha de São Paulo também de segunda-feira.
Vale a pela ler a matéria que, por coincidência, acrescenta-se à de Sônia Racy e Tiago Décimo. FHC, em dado momento, destaca que, agora, está havendo mais corrupção do que em seu governo. Logo, deixou claro, ser praticamente impossível reduzi-la à taxa zero. Porém isso não quer dizer que possa ser interpretada como algo aceitável. Pelo contrário.
Pois é – digo eu – a corrupção inflando os contratos entre o poder público e empresas privadas que conduz à escassez de recursos para a saúde, educação transportes. Setores nos quais se concentra fortemente o déficit social no Brasil. Dívida cujo resgate é sempre anunciado de uma campanha para outra, mas nunca amortizada.
Pelo contrário. O IBGE, em levantamento recente, penúltimo da série sobre condições de vida no país, informou que de 2000 a 2010, enquanto a população cresceu 12,7%, o número de habitantes em favelas avançou 75%. Com isso, sem dúvida, agravaram-se as condições de saneamento. Mas este é um outro assunto. O fato é que os recursos públicos, na verdade, são limitados.
Basta ler o orçamento da União para 2012: 2,2 trilhões de reais em números redondos. Para o programa de investimentos apenas 106 bilhões. Cinco por cento, praticamente. Muito pouco, como se constata pela comparação entre os números.
Dívida mobiliária quase 2 trilhões, o Banco Central a anunciou em 1 trilhão e 896 bilhões. Em cima dela, juros agora de 9% ao ano. Na realidade índice real de 3 pontos, já que a inflação do ano passado, registrada pelo IBGE, foi de 6,3%. Mas há que considerar o crescimento da população na escala de 1,2%. São dois milhões de pessoas a mais a cada doze meses. Maior pressão em cima dos serviços públicos.
Acobertar a corrupção, um sorvedouro de dinheiro na dança dos preços inflados para pagamento de comissões, diretas e indiretas, significa tacitamente diminuir o poder do estado e, portanto, a capacidade de administrar do governo. Evidentemente, tal panorama visto da ponte pode interessar à presidenta Dilma Rousseff. Nem Cachoeira. Nem Mensalão. Muito menos a Delta, que só acrescenta reflexos extremamente críticos a tudo isso.
Dilma, maias uma vez, diante de denúncias de corrupção e comprometimento, escolhe o caminho certo da transparência. Com isso demonstra nada temer das investigações e, sobretudo, sinaliza de que a si não interessa que o processo Delta seja abafado. Pelo contrário. Quanto mais exposto estiver, melhor politicamente para ela. O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao mensalão.
Não interessa à presidenta da República a absolvição de quem quer que seja. Nada disso. Quanto mais rigor houver, na CPI Demóstenes-Cachoeira e no Supremo Tribunal Federal, melhor.
Dilma, em ambos os casos, livra-se dos aliados incômodos, dos falsos amigos, os quais sempre terminam levando os que ocupam o poder a situações constrangedoras. Para dizer o mínimo. Dilma Rousseff não convive bem com a corrupção. É visível que tem de se esforçar para tornar-se capaz de suportar tais atmosferas tóxicas. Como inclusive reconheceu o ex presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista a Maria Cristina Frias, Folha de São Paulo também de segunda-feira.
Vale a pela ler a matéria que, por coincidência, acrescenta-se à de Sônia Racy e Tiago Décimo. FHC, em dado momento, destaca que, agora, está havendo mais corrupção do que em seu governo. Logo, deixou claro, ser praticamente impossível reduzi-la à taxa zero. Porém isso não quer dizer que possa ser interpretada como algo aceitável. Pelo contrário.
Pois é – digo eu – a corrupção inflando os contratos entre o poder público e empresas privadas que conduz à escassez de recursos para a saúde, educação transportes. Setores nos quais se concentra fortemente o déficit social no Brasil. Dívida cujo resgate é sempre anunciado de uma campanha para outra, mas nunca amortizada.
Pelo contrário. O IBGE, em levantamento recente, penúltimo da série sobre condições de vida no país, informou que de 2000 a 2010, enquanto a população cresceu 12,7%, o número de habitantes em favelas avançou 75%. Com isso, sem dúvida, agravaram-se as condições de saneamento. Mas este é um outro assunto. O fato é que os recursos públicos, na verdade, são limitados.
Basta ler o orçamento da União para 2012: 2,2 trilhões de reais em números redondos. Para o programa de investimentos apenas 106 bilhões. Cinco por cento, praticamente. Muito pouco, como se constata pela comparação entre os números.
Dívida mobiliária quase 2 trilhões, o Banco Central a anunciou em 1 trilhão e 896 bilhões. Em cima dela, juros agora de 9% ao ano. Na realidade índice real de 3 pontos, já que a inflação do ano passado, registrada pelo IBGE, foi de 6,3%. Mas há que considerar o crescimento da população na escala de 1,2%. São dois milhões de pessoas a mais a cada doze meses. Maior pressão em cima dos serviços públicos.
Acobertar a corrupção, um sorvedouro de dinheiro na dança dos preços inflados para pagamento de comissões, diretas e indiretas, significa tacitamente diminuir o poder do estado e, portanto, a capacidade de administrar do governo. Evidentemente, tal panorama visto da ponte pode interessar à presidenta Dilma Rousseff. Nem Cachoeira. Nem Mensalão. Muito menos a Delta, que só acrescenta reflexos extremamente críticos a tudo isso.
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