"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 2 de maio de 2012

NOMEAÇÃO DE BRIZOLA NETO RACHA DE VEZ O PDT, ONDE O GRUPO DE LUPI É AMPLAMENTE MAJORITÁRIO

Reportagem de Mariana Carneiro, da Folha de S. Paulo, revela que o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT) acha que o seu partido “tende a marchar pela unidade”. Sabe-se que essa unidade é até possível, mas improvável.

A indicação de Brizola Neto não era unanimidade no partido e foi tratada como “indicação pessoal” da presidente. O ministério é comandado interinamente por Paulo Roberto Santos Pinto desde dezembro do ano passado, quando o ex-ministro Carlos Lupi deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.

Além de Brizola Neto, o PDT (leia-se: Carlos Lupi) apresentou os nomes do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) e do secretário-geral do partido, Manoel Dias, o preferido de Lupi, que só apresentou dois nomes para não dar na vista e relegou Brizola Neto a um esquecimento estratégico.
Mas a presidente Dilma não entrou nessa, nomeou Brizola Neto e rachou de vez o partido. E o pior foi que ela própria deu ao novo ministro a missão de unificar o PDT.

“A grande questão agora é a unidade partidária. É importante o partido dar sinalização de unidade. Creio que não teremos dificuldade porque existem questões maiores a nos unir do que divergências desse processo de escolha do ministro”, afirmou o novo ministro, acrescentando:

“Este primeiro momento é de buscar reafirmar a unidade do partido em torno do fundamental, que a nossa identidade e o apoio ao governo Dilma”, disse Brizola Neto. “A divergência é resultado do processo natural da escolha. Com o desfecho dessa questão, o partido tende a marchar no caminho da unidade.”

Infelizmente, Brizola Neto está equivocado. O racha no PDT é abissal. Para refazer a unidade do partido, o novo ministro precisará se acertar com o grupo de Lupi. Mas acontece que Brizola Neto é um dos líderes dos dissidentes. Os dois não têm como se acertar, a não ser que o cinismo e a desfaçatez prevaleçam. A posse de Brizola Neto acontece nesta quinta-feira. Será que Lupi vai comparecer?

02 de maio de 2012
Carlos Newton

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