Quem bem estudou a matéria História do Brasil sabe que a penúltima vez que um país ousou tomar algum patrimônio do Brasil foi o Paraguai, que, por ordem do ditador Francisco Solano Lopez, em 12 de novembro de 1864, tomou à força – manu militari – o navio imperial Marquês de Olinda. A consequência por este ato insano foi imediata, com a declaração de guerra do Brasil ao Paraguai, pois o imperador dom Pedro II não permitiu que a nossa soberania fosse vilipendiada.
Quase 142 anos depois, no dia 1º de maio de 2006, Evo Morales, ex-presidente do sindicato de produtores de coca, agora alçado a presidente da República da Bolívia, mandou as tropas do Exército ocupar e confiscar os campos de gás e instalações da Petrobras naquele país. Recordemos que a estatal brasileira já havia investido mais de US$ 1,5 bilhão na Bolívia e, como resultado do seu esforço, viabilizou não só a extração do gás natural naquele país como a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil.
Não obstante a Petrobras sempre ter trabalhado dentro das mais rigorosas normas internacionais, o ex-cocaleiro teve a tremenda cara de pau de acusar nossa empresa petrolífera de fazer contrabando, de sonegar impostos e de operar ilegalmente. Tamanhas ofensas atingiram não só a Petrobras mas, também, o povo brasileiro, já que a empresa tem como sócio majoritário o governo brasileiro e milhões de acionistas minoritários, no número dos quais me incluo.
O governo boliviano, ao usurpar o patrimônio dos brasileiros, humilhou o nosso país. E qual foi a reação das autoridades brasileiras? Uma pífia e vergonhosa nota do Itamaraty, que naquela época era comandado por Celso Amorim, através da qual reconhecia que a decisão boliviana era um “ato inerente à sua soberania”.
Passados seis anos, precisando o presidente cocaleiro criar mais um factoide para reverter o seu baixo prestígio, voltou a atacar o Brasil. Como já não tinha a Petrobras para servir de bode expiatório, partiu com tudo para cima da construtora brasileira OAS, que, no dia 10 de abril, teve anulado um contrato — estimado em US$ 415 milhões (sendo US$ 332 milhões financiados pelo BNDES) — para a construção de uma estrada de 325 quilômetros naquele país.
Segundo a matéria “Presidente da Bolívia cancela contrato com a construtora brasileira OAS”, publicada pelo Jornal do Brasil (10/04), o presidente boliviano, ao valer-se da mesma lenga-lenga para cometer as suas arbitrariedades, como fez com a Petrobras em 2006 (procedimento típico dos tiranetes), alegou “que há uma fraude ou algo suspeito” e que a construtora havia descumprido várias obrigações contratuais.
E qual foi a reação do governo? De acordo com o jornal Valor (27/04), a senhora presidente Dilma Rousseff declarou que o governo brasileiro “não é advogado da OAS” e que “não podemos dar a impressão de que somos porta-vozes da empresa. Mas achamos que o governo boliviano foi além nesse caso”.
Segundo o citado jornal, uma fonte ligada ao governo declarou que “medidas como essa são muito mais marketing político do que intenção de dar uma pancada no Brasil. Não nos interessa ter um conflito com o vizinho”.
É triste dizer, mas, uma vez mais, o Brasil se dobrou aos caprichos da Bolívia. Não foi por acaso que Evo declarou em seguida que “Dilma era uma mãe para a Bolívia”.
Como o governo, eu não sou advogado (nem consultor) da OAS, mas, acima de tudo, temos que defender os interesses dos nossos cidadãos e de nossas empresas que trabalham no exterior. Para um bom entendedor, o recado da presidente Dilma foi claro: a OAS e outras empresas que se virem, pois, se depender do governo brasileiro, vão ficar “a ver navios” na Bolívia e em outros países.
Talvez, por saber como seria a reação do governo brasileiro, no dia 3 de abril, a província argentina de Neuquén cancelou de forma arbitrária a concessão da Petrobras no campo de Veta Escondida, obviamente sob as ordens da contumaz rompedora de contratos, a presidente Cristina Kirchner.
Até quando o governo vai permitir que o Brasil continue sendo saco de pancadas dos seus vizinhos? A nossa dignidade e soberania não são moedas de troca por alguns milhões de metros cúbicos de gás e outros produtos.
Quem é do ramo conhece um texto intitulado “Geisel avisava”, no qual se lê: “E quando aqueles bolivianos fecharem a válvula, o que é que eu faço? Mando o Exército lá abrir?” Respeitosamente, pergunto à presidente Dilma: se um dia Evo Morales resolver fechar as válvulas que abastecem o gasoduto Bolívia-Brasil, qual será a reação de Vossa Excelência.
Quase 142 anos depois, no dia 1º de maio de 2006, Evo Morales, ex-presidente do sindicato de produtores de coca, agora alçado a presidente da República da Bolívia, mandou as tropas do Exército ocupar e confiscar os campos de gás e instalações da Petrobras naquele país. Recordemos que a estatal brasileira já havia investido mais de US$ 1,5 bilhão na Bolívia e, como resultado do seu esforço, viabilizou não só a extração do gás natural naquele país como a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil.
Não obstante a Petrobras sempre ter trabalhado dentro das mais rigorosas normas internacionais, o ex-cocaleiro teve a tremenda cara de pau de acusar nossa empresa petrolífera de fazer contrabando, de sonegar impostos e de operar ilegalmente. Tamanhas ofensas atingiram não só a Petrobras mas, também, o povo brasileiro, já que a empresa tem como sócio majoritário o governo brasileiro e milhões de acionistas minoritários, no número dos quais me incluo.
O governo boliviano, ao usurpar o patrimônio dos brasileiros, humilhou o nosso país. E qual foi a reação das autoridades brasileiras? Uma pífia e vergonhosa nota do Itamaraty, que naquela época era comandado por Celso Amorim, através da qual reconhecia que a decisão boliviana era um “ato inerente à sua soberania”.
Passados seis anos, precisando o presidente cocaleiro criar mais um factoide para reverter o seu baixo prestígio, voltou a atacar o Brasil. Como já não tinha a Petrobras para servir de bode expiatório, partiu com tudo para cima da construtora brasileira OAS, que, no dia 10 de abril, teve anulado um contrato — estimado em US$ 415 milhões (sendo US$ 332 milhões financiados pelo BNDES) — para a construção de uma estrada de 325 quilômetros naquele país.
Segundo a matéria “Presidente da Bolívia cancela contrato com a construtora brasileira OAS”, publicada pelo Jornal do Brasil (10/04), o presidente boliviano, ao valer-se da mesma lenga-lenga para cometer as suas arbitrariedades, como fez com a Petrobras em 2006 (procedimento típico dos tiranetes), alegou “que há uma fraude ou algo suspeito” e que a construtora havia descumprido várias obrigações contratuais.
E qual foi a reação do governo? De acordo com o jornal Valor (27/04), a senhora presidente Dilma Rousseff declarou que o governo brasileiro “não é advogado da OAS” e que “não podemos dar a impressão de que somos porta-vozes da empresa. Mas achamos que o governo boliviano foi além nesse caso”.
Segundo o citado jornal, uma fonte ligada ao governo declarou que “medidas como essa são muito mais marketing político do que intenção de dar uma pancada no Brasil. Não nos interessa ter um conflito com o vizinho”.
É triste dizer, mas, uma vez mais, o Brasil se dobrou aos caprichos da Bolívia. Não foi por acaso que Evo declarou em seguida que “Dilma era uma mãe para a Bolívia”.
Como o governo, eu não sou advogado (nem consultor) da OAS, mas, acima de tudo, temos que defender os interesses dos nossos cidadãos e de nossas empresas que trabalham no exterior. Para um bom entendedor, o recado da presidente Dilma foi claro: a OAS e outras empresas que se virem, pois, se depender do governo brasileiro, vão ficar “a ver navios” na Bolívia e em outros países.
Talvez, por saber como seria a reação do governo brasileiro, no dia 3 de abril, a província argentina de Neuquén cancelou de forma arbitrária a concessão da Petrobras no campo de Veta Escondida, obviamente sob as ordens da contumaz rompedora de contratos, a presidente Cristina Kirchner.
Até quando o governo vai permitir que o Brasil continue sendo saco de pancadas dos seus vizinhos? A nossa dignidade e soberania não são moedas de troca por alguns milhões de metros cúbicos de gás e outros produtos.
Quem é do ramo conhece um texto intitulado “Geisel avisava”, no qual se lê: “E quando aqueles bolivianos fecharem a válvula, o que é que eu faço? Mando o Exército lá abrir?” Respeitosamente, pergunto à presidente Dilma: se um dia Evo Morales resolver fechar as válvulas que abastecem o gasoduto Bolívia-Brasil, qual será a reação de Vossa Excelência.
(Matéria transcrita do JB Online,
enviada pelo comentarista Paulo Peres)
enviada pelo comentarista Paulo Peres)
Nenhum comentário:
Postar um comentário