O
brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 50, condenado à morte por tráfico de
drogas em 2004, será fuzilado nas próximas semanas, segundo o governo da
Indonésia. O presidente do país, que está na Rio+20, recusou o último pedido de
clemência, feito em 2008
O carioca Marco Archer, 50, foi flagrado ao entrar no país com 13,4 quilos de cocaína em 2003
O carioca Marco Archer, 50, foi flagrado ao entrar no país com 13,4 quilos de cocaína em 2003
Procurador
disse ao "The Jakarta Post" que execução será em breve e que último pedido foi
uma garrafa de uísque
O governo da Indonésia decidiu que o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 50, condenado à morte por tráfico internacional de drogas em 2004, será executado nas próximas semanas.
A decisão foi
anunciada anteontem pelo procurador Andi Konggoasa ao "The Jakarta Post", o
principal jornal em língua inglesa do país. Procurado, o Itamaraty informou que
está ciente da situação e que está adotando medidas sobre o caso.
Marco será o
primeiro brasileiro a ser executado em outro país -e o primeiro ocidental a ser
morto na Indonésia. O país mantém cerca de 30 estrangeiros, entre eles outro
brasileiro (leia texto nesta página), no corredor da morte -a maioria por
tráfico.
A execução se
dá por fuzilamento. Além dele, outros dois estrangeiros morrerão, segundo o
procurador. A Indonésia não executa ninguém desde 2008.
Segundo o
jornal, Marco já fez até o último pedido: uma garrafa de Chivas
Label.
O presidente
da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, que está no Brasil participando da
Rio+20, recusou o último pedido de clemência, feito em 2008. Foi a segunda
recusa: a primeira ocorrera em 2006. Não há mais possibilidade de recursos na
Justiça.
Nascido no Rio
de Janeiro e instrutor de asa-delta, Marco foi preso em 2003 ao tentar entrar
com 13,4 quilos de cocaína no aeroporto de Jacarta, ainda hoje uma das maiores
apreensões de droga no país. A condenação veio em 2004: pena de
morte.
Segundo ele, a
venda da droga serviria para pagar uma dívida contraída com um hospital em
Cingapura.
Em 1997, Marco
sofreu uma queda de um parapente em Bali e teve que ser transferido para o país
vizinho.
Não conseguiu
pagar todo o tratamento e era constantemente cobrado.
Foi então que,
segundo ele, viajou para o Peru para comprar a droga e tentar entrar na
Indonésia para vendê-la.
A pena de
morte para tráfico de drogas foi instituída no país em 1997, a exemplo do que
ocorre em outros países do Sudeste Asiático, como Tailândia, Malásia, Cingapura
e Filipinas.
ARREPENDIMENTO
O brasileiro
está preso em Nusakambangan, um complexo de prisões a 430 km de Jacarta. A Folha
esteve com ele em 2010. Na época, Marco disse que estava arrependido do que fez
e que sonhava em voltar ao Brasil.
Ele não é
casado nem tem filhos. A sua mãe morreu em 2010 e ele tem duas tias. Uma delas,
que está mais envolvida com o caso, ficou bastante abalada. A embaixada da
Indonésia ficou de enviar um pedido de desculpas a ela.
RICARDO GALLO
EM BRUXELAS
Folha de São
Paulo - 22/06/2012
in lilicarabina
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