Reportagem de Diego Zanchetta, em O Estado de S. Paulo, mostra que não
motivos para otimismo em relação ao combate à corrupção. Acreditem se quiserem,
a organização não governamental (ONG) Pra Frente Brasil, com sede em Jaguariúna
(SP), que foi pivô do escândalo que derrubou em 2011 o ex-ministro dos Esportes
Orlando Silva, não foi incluída na lista de entidades impedidas de manter
convênios com o governo federal.
Assim, a ONG vai voltar à carga na tentativa de seguir saqueando os cofres públicos. A ex-jogadora de basquete Karina Valério Rodrigues (PCdoB), presidente da ONG, disse ao Estado que pretende reestruturar o trabalho com crianças carentes e já estuda entrar com pedido para receber novos repasses do governo federal.
Recordar é viver. A ONG da ex-jogadora recebeu cerca de R$ 32,1 milhões em recursos da União desde 2003, ano de sua fundação. A entidade oferecia atividades esportivas gratuitas a crianças carentes em 18 municípios paulistas. Uma investigação do Ministério Público Estadual, porém, apontou que a entidade não aplicava de forma integral os recursos transferidos pelo governo federal.
O repórter revela que a investigação dos promotores de Campinas foi enviada no ano passado ao Ministério Público Federal. Mas nem a ex-jogadora nem outros integrantes da entidade foram ouvidos pelo órgão. Na Controladoria Geral da União, que também detectou irregularidades na prestação de serviços da ONG, Karina não foi chamada a prestar depoimento sobre o tema.
Diante da falta de avanço nas investigações, um pedido de aprofundamento nas auditorias da entidade foi determinado pelo governo federal no dia 28 de março, o que impossibilitou a inclusão da ONG na lista. “Acho que agora está sendo feita Justiça. Eu nem penso em processar quem tentou me condenar por antecipação. A situação do Demóstenes, que queria uma CPI para me investigar, tá meio complicada”, comentou a ex-jogadora, confiante na impunidade eterna.
A situação é acintosa e kafkiana, porque está comprovado que os programas desenvolvidos pela ONG atendiam até cinco vezes menos crianças carentes do que o previsto nos convênios, segundo apontou investigação dos promotores de Campinas.
“Pelas crianças esse trabalho merece voltar. Nesse período tive de demitir 220 funcionários fixos. Muitos estão desempregados até hoje”, critica Karina, como se nada tivesse sido provado contra ela.
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OUTRAS DENÚNCIAS
A ex-atleta, hoje vereadora em Jaguariúna, também foi acusada de ter aberto entidades de fachada para receber repasses da União sem manter qualquer atendimento previsto no contrato. O caso foi revelado à época pelo Fantástico da TV Globo e resultou na queda do ministro Orlando Silva.
Em meio ao escândalo, a presidente Dilma Rousseff, no decreto presidencial 7.592, de 28 de outubro de 2011, determinou que os ministérios realizassem, até 29 de janeiro de 2012, o exame dos convênios vigentes com entidades sem fins lucrativos que tinham repasse pendente.
Porém, segundo o Ministério dos Esportes, “este não era o caso da ONG Pra Frente Brasil, cujo convênio que estava vigente já tinha recebido todos os recursos e já foi encerrado”. Com essa justificativa, o Ministério quer garantir a impunidade da ONG, dizendo que a CGU “em nenhum momento indicou a necessidade de inscrição da entidade na lista de ONGs impedidas de celebrar ajustes com a União.”
Só nos resta seguir perguntando a Francelino Pereira: “Que país é esse?”. Talvez ele encontre alguma resposta.
Assim, a ONG vai voltar à carga na tentativa de seguir saqueando os cofres públicos. A ex-jogadora de basquete Karina Valério Rodrigues (PCdoB), presidente da ONG, disse ao Estado que pretende reestruturar o trabalho com crianças carentes e já estuda entrar com pedido para receber novos repasses do governo federal.
Recordar é viver. A ONG da ex-jogadora recebeu cerca de R$ 32,1 milhões em recursos da União desde 2003, ano de sua fundação. A entidade oferecia atividades esportivas gratuitas a crianças carentes em 18 municípios paulistas. Uma investigação do Ministério Público Estadual, porém, apontou que a entidade não aplicava de forma integral os recursos transferidos pelo governo federal.
O repórter revela que a investigação dos promotores de Campinas foi enviada no ano passado ao Ministério Público Federal. Mas nem a ex-jogadora nem outros integrantes da entidade foram ouvidos pelo órgão. Na Controladoria Geral da União, que também detectou irregularidades na prestação de serviços da ONG, Karina não foi chamada a prestar depoimento sobre o tema.
Diante da falta de avanço nas investigações, um pedido de aprofundamento nas auditorias da entidade foi determinado pelo governo federal no dia 28 de março, o que impossibilitou a inclusão da ONG na lista. “Acho que agora está sendo feita Justiça. Eu nem penso em processar quem tentou me condenar por antecipação. A situação do Demóstenes, que queria uma CPI para me investigar, tá meio complicada”, comentou a ex-jogadora, confiante na impunidade eterna.
A situação é acintosa e kafkiana, porque está comprovado que os programas desenvolvidos pela ONG atendiam até cinco vezes menos crianças carentes do que o previsto nos convênios, segundo apontou investigação dos promotores de Campinas.
“Pelas crianças esse trabalho merece voltar. Nesse período tive de demitir 220 funcionários fixos. Muitos estão desempregados até hoje”, critica Karina, como se nada tivesse sido provado contra ela.
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OUTRAS DENÚNCIAS
A ex-atleta, hoje vereadora em Jaguariúna, também foi acusada de ter aberto entidades de fachada para receber repasses da União sem manter qualquer atendimento previsto no contrato. O caso foi revelado à época pelo Fantástico da TV Globo e resultou na queda do ministro Orlando Silva.
Em meio ao escândalo, a presidente Dilma Rousseff, no decreto presidencial 7.592, de 28 de outubro de 2011, determinou que os ministérios realizassem, até 29 de janeiro de 2012, o exame dos convênios vigentes com entidades sem fins lucrativos que tinham repasse pendente.
Porém, segundo o Ministério dos Esportes, “este não era o caso da ONG Pra Frente Brasil, cujo convênio que estava vigente já tinha recebido todos os recursos e já foi encerrado”. Com essa justificativa, o Ministério quer garantir a impunidade da ONG, dizendo que a CGU “em nenhum momento indicou a necessidade de inscrição da entidade na lista de ONGs impedidas de celebrar ajustes com a União.”
Só nos resta seguir perguntando a Francelino Pereira: “Que país é esse?”. Talvez ele encontre alguma resposta.
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