"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 3 de junho de 2012

RESENHA


O que me interessou em falar a respeito foi a legenda que Augusto colocou junto da foto que ilustra este texto, coisa que me tocou muito, de quem sabe escrever:


“Getúlio entre a multidão, que viria a idolatrá-lo durante seus anos de governo: a platéia da política brasileira continua a mesma, desinteressada dos rumos da nação; já o elenco mudou dramaticamente, e hoje, em vez dos atores brilhantes de ontem, é composto de canastrões incuráveis e celebridades que não se dão nem merecem respeito.”

Poucas vezes tive chance de ler uma conclusão tão lúcida, que, em tão poucas palavras, sintetizou o ambiente de nosso país, fazendo uma similitude com uma peça teatral, melhor dizendo uma tragicomédia, do que é a política brasileira.
Em certo momento do texto crítico, diz que os netos dos que viam em Getúlio o “pai dos pobres” agora enxergam no etílico príncipe de Caetés o “exterminador da fome”, e ainda aplaudem as oníricas proezas imaginárias da pretensamente super-executiva exterminadora dos gêneros da escrita portuguesa.
Encômios a Augusto Nunes, que ele merece.


(*) Foto: Getulio Vargas saudando a multidão

03 de junho de 2012
Magu

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