"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 9 de julho de 2012

PTBRAS PÕE REFINARIAS A VENDA NOS EUA E NO JAPÃO



A Petrobras decidiu acelerar a seleção dos ativos no exterior que serão vendidos no programa de desmobilização do portfólio para obter US$ 14,8 bilhões e dar prioridade a investimentos no pré-sal da Bacia de Santos.

No processo, que começou há mais de um ano, a estatal se prepara para vender suas refinarias em Okinawa, no Japão, e Pasadena, nos Estados Unidos. Além disso, vai se desfazer dos 48,5% da Edesur, distribuidora de energia elétrica da Argentina que tem dado prejuízo e está com caixa negativo.

As duas refinarias têm capacidade para processar 100 mil barris de petróleo por dia cada uma e refinam óleo leve. Nunca receberam os investimentos previstos para instalar equipamentos mais sofisticados, capazes de processar também petróleo pesado.

A Petrobras ainda não definiu o critério de venda dos blocos de exploração e produção nos Estados Unidos. Várias áreas da companhia estão trabalhando no assunto. Está sendo preparada uma lista dos blocos exploratórios em fase de desenvolvimento e já em produção naquele país.

Também não foram definidas as empresas que serão convidadas a avaliar essas participações. Na sede da companhia, no Rio, o assunto ainda é tratado com sigilo.

"A lista final está em discussão, mas não deve demorar a sair", explicou uma fonte. A ideia até agora, segundo apurou o Valor, não é sair dos Estados Unidos para simplesmente fazer caixa, mas encontrar parceiros que ajudem a financiar os projetos necessários para desenvolver a produção naquele país e, ao mesmo tempo, financiar o plano estratégico da Petrobras, que prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2016.

A princípio, os atuais sócios dos blocos nos EUA onde a estatal tem participação não seriam os melhores, já que tenderiam a querer ser operadores. A preocupação da estatal também será a de procurar parceiros com quem já tenha estabelecido um bom relacionamento.

A Petrobras prevê chegar a dezembro produzindo em torno de 21 mil barris por dia nos Estados Unidos. O maior projeto, e considerado a "menina dos olhos" da companhia no Golfo do México, é o de desenvolvimento da produção nos campos Cascade e Chinook, em águas profundas.

A brasileira tem uma participação de 80%, em parceria com a francesa Total. A estatal instalou ali a primeira FPSO desconectável em operação na região.

A BW Pioneer fica a uma distância de 250 km da costa da Louisiana e pode ser separada dos equipamentos submarinos para navegar e fugir dos furacões que afetam muito a produção de petróleo na região.

Além de Cascade e Chinook, a Petrobras tem participação acionária em 175 blocos de exploração naquele país, sendo que 164 desses blocos estão em águas profundas. A estatal é operadora (sócio que decide sobre o projeto e investimentos) em 126 dessas áreas.

A companhia tem ainda projetos exploratórios gigantes nos Estados Unidos, entre eles Saint Malo (operado pela Chevron), Lucius, Hadrian Sul (com Exxon e Anadarko). E estão em fase de aprovação os projetos Stones (operado pela Shell) e Hadrian Norte (Exxon e Anadarko).

Os campos de Tiber (BP) e Logan estão em fase de avaliação.

A área internacional tem previsão de investimentos de US$ 10,7 bilhões entre 2012 e 2016, dos quais US$ 4,7 bilhões foram reservados para projetos em estudo. Para desonerar o caixa da companhia e evitar riscos a Petrobras está buscando associações com empresas no exterior que permitam aumentar a capacidade de financiamento dos projetos.


Cláudia Schüffner | Do Rio Valor Econômico
09 de julho de 2012

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