Imagino que nem mesmo o jornalista Galvão Bueno saiba quantos jogos de futebol tenha narrado ao longo de sua carreira. E o comentarista Arnaldo Cezar Coelho, saberia dizer quantas vezes escutou a clássica pergunta: “pode, Arnaldo?”.
O inglês Neil Wolfson, também jornalista esportivo, hoje estaria milionário se cobrasse irrisórios 50 centavos sempre que, diante de um impasse durante a transmissão de uma partida, alguém lhe pergunta as regras do “impedimento”.
Como nunca pediu nada pela resposta, desperdiçou a única chance que o jornalismo lhe deu de ficar rico, embora tenha carimbado seu nome na história da Inglaterra e do futebol. Porque foi dele a ideia de explicar, por meio de um desenho na parte de trás de uma moedinha de 50 centavos, o que vem mesmo a ser esse tal de off-side, ou “impedimento”, para nós, brasileiros.
O design do jornalista faz parte de uma coleção comemorativa de 29 moedas de 50 centavos que trazem como tema os jogos olímpicos de Londres. E pela primeira vez na história, o povo inglês foi convidado a desenhar o próprio dinheiro.
Das moedas olímpicas, a de Wolfson é das mais criativas. A intenção do jornalista foi a melhor possível, mas quando um canal de televisão resolveu testar a eficácia do diagrama, chegou-se à conclusão de que nem desenhando dá para a maioria saber quando um jogador está ou não impedido.
Donde se conclui que, diferentemente do que diz nosso Arnaldo Cezar Coelho, a regra nem sempre é clara, pelo menos com relação ao discutível e complicado impedimento...
09 de julho de 2012
Mariana Caminha é formada em Letras pela UnB e em jornalismo pelo UniCEUB. Fez mestrado em Televisão na Nottingham Trent University, Inglaterra.
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