"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 31 de julho de 2012

EM VÍDEO, FHC DIZ QUE RESULTADO MOSTRARÁ QUE "INSTITUIÇÕES VALEM"


‘É um julgamento que pode marcar a história’, afirma ex-presidente em mensagem em site ligado à sua fundação

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou em vídeo divulgado ontem que o julgamento do mensalão pode marcar a história e mudar a cultura política brasileira.“É um julgamento que pode marcar a história. Eu tenho muita confiança que o Supremo (Tribunal Federal) mostrará que as instituições no Brasil valem”, disse.

A gravação na qual o tucano comenta aquele que é considerado o maior escândalo político do governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva,seu sucessor no Palácio do Planalto, foi divulgada no site Observador Político, liga-do à Fundação iFHC. De acordo com a assessoria do ex-presidente, mais duas gravações de FHC sobre o assunto devem ser divulgadas durante a semana. Segundo o ex-presidente, a Corte deve também ouvir a opinião pública para a decisão que está prestes a tomar em relação ao processo. “Alguns criticam que eles (os ministros) estão ouvindo a opinião pública,claro que o juiz julga pela lei,mas a lei não é algo que não tem alguma relação com a vida.O juiz vai ter que separar o joio do trigo”, afirmou.

Após marcarem a data do julga-mento, os ministros do Supremo negaram que a pressão da sociedade os tenha influenciado na decisão.“O Supremo não precisa de nenhuma pressão, seja de gabinete, seja de rua, para cumprir seu dever constitucional de julgar os processos que lhe são entregues”, explicou, em junho, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto.

Desdeo início do ano, a sociedade civil tem se mobilizado para que o processo do mensalão seja julgado. Em maio, diversos grupos anticorrupção entregaram ao Supremo um abaixo-assinado com 35 mil assinaturas coletadas por meio da internet e também no papel.Ao mesmo tempo, os advogados dos 38 réus do caso tentaramvárias vezes, lançando mãode recursos jurídicos, pedir o adiamentodo julgamento .

Acompanhamento.No vídeo, o ex-presidente Fernando Henrique pede ainda para que a popu-laçãoacompanheojulgamentoe fique atenta “nesses próximos dias às decisões do Supremo Tribunal Federal”. FHC elogiou também os ministros do Supremo, que, segundo ele, “nos últimos tempos têm tomado decisões corajosas”. Neste ano, processos polêmicos como a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições de outubro, a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos e a constitucionalidade das cotas raciais para ingresso de alunos negros em universidades públicas passaram pelo STF.

O julgamento do mensalão será o próximo desafio dos ministros e está marcado para começar na quinta-feira. A partir de então, a Corte fará sessões diárias para analisar o tema até a metade de agosto.Depois,devem ser realizadas três sessões por semana. A previsão é que o julgamento termine somente em setembro.

O Estado de S. Paulo (SP) - 31/07/2012
Flávia D’Angelo Isadora Peron

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