Não se sabe se é para rir ou para chorar, mas o que os
candidatos e os principais líderes e candidatos do PT vão fazer durante todo o
mês de agosto, enquanto o julgamento do mensalão vai expor ao país os podres do
partido? Aliás, quando se fala dos principais líderes, fala-se dos atuais. Os
antigos encabeçam a lista de 38 réus.
Lula saiu da toca ontem, a três dias do início do julgamento,
como quem não quer nada: não viu, não ouviu, não soube nem quer saber. Num
hotel em São Paulo, tirou fotos com mais de cem candidatos de cidades
consideradas prioritárias pelo PT. Depois do clique coletivo, os individuais
-de 30 segundos a um minuto para cada um.
Enquanto isso, Dilma cuidava dos preparativos finais da
cerimônia da entrada triunfal da Venezuela no Mercosul, que será hoje, em
Brasília, com Hugo Chávez estrelando e com participações especiais de Cristina
Kirchner e José Mujica. Foto para as primeiras páginas nos jornais da véspera
do julgamento histórico. Aliás, como seria mensalão em espanhol? El mensalón?
Chávez vai dizer que el mensalón nunca existiu?
E os candidatos, como é que vão se virar? Fernando Haddad, em
São Paulo, precisa muito aparecer, para poder crescer e sair dos atuais 7% das
pesquisas antes do início do horário eleitoral gratuito -que é sua grande
chance, ou grande esperança.
Mas como vai aparecer, com o noticiário tomado por entrevistas e
documentos de procuradores, advogados, réus? Difícil alguém se interessar por
programa fajuto de candidato com um filmaço desses na TV, dia e noite. O
mensalão é como um fantasma que paira não só sobre o governo Lula, mas,
especialmente agora, sobre a foto de Lula com candidatos, das gentilezas de Dilma
com Chávez, das pedaladas de Haddad, às voltas com "um chopes e dois
pastel" num bairro onde ele nunca pisara antes.
Agosto começa com Lula, Dilma e Haddad se esforçando para
sorrir. Mas sorrindo amarelo.
Da Redação
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