Museu da Língua Portuguesa celebra nosso idioma, elemento fundador e essencial da cultura do Brasil
Quantos museus dedicados a uma língua existem no mundo? Podem-se contar nos dedos. O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, é o único em toda a América Latina. O acervo do museu é basicamente um só: nosso idioma, possivelmente o nosso maior patrimônio imaterial. Em seus três primeiros anos de funcionamento, o museu teve quase 2 milhões de visitantes.
Fundado em 2006, o museu ocupa três andares da Estação da Luz, que já foi porta de entrada da capital paulista. A localização se justifica: era por aqui que os imigrantes tinham seu primeiro contato com a língua portuguesa quando chegavam no país ao final do século 19.
Elemento fundador da nossa cultura, a língua é celebrada através de suas origens, influências e mutações. Mas como expor algo imaterial como o idioma de um país? Uma equipe de criação e pesquisa, composta por sociólogos, museólogos, especialistas em língua portuguesa e artistas, optou pelo uso de formas lúdicas, com tecnologia de ponta. Há, por exemplo, uma grande galeria com 38 projetores que exibem simultaneamente três filmes sobre as relações da língua portuguesa com os mais variados aspectos da cultura brasileira. Trata-se da maior tela de projeção do mundo, com 106 metros de comprimento.
Outro ponto importante é mostrar o cidadão como o verdadeiro proprietário e agente de mudanças da língua. Para isso, o uso da interatividade é essencial. Em um dos espaços mais lúdicos da exposição permanente, a seção Beco das Palavras ou Jogo da Etimologia, os visitantes tentam formar palavras a partir da movimentação de imagens de sufixos, prefixos e radicais. Quando conseguem, dão de cara com um telão mostrando vídeos sobre a origem da palavra formada.
Outras seções interativas incluem oito totens multimídia com os idiomas que influenciaram o português brasileiro (“Palavras cruzadas”) e uma grande tela interativa que mostra os falares do Brasil (“Mapa dos falares”).
A primeira exposição temporária comemorou os 50 anos do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Já no momento, até 22 de julho, acontece uma homenagem ao centenário de Jorge Amado. Intitulada Jorge Amado e Universal, a mostra estuda os rastros deixados pelo autor através de sua vida e obra, com instalações, vídeos, fotografias e cartas de Amado.
01 de julho de 2012
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