Em conversas com Magu e com o Giulio Sanmartini ocasionalmente nos referimos ao culto aos símbolos pátrios.Neste Blog já houve quem comentasse o fato de que certos desportistas brasileiros não sabem o Hino Nacional. Dependem de cantar um pouco atrás dos outros.
Posso depor que sabia os principais hinos brasileiros de cor e salteado até os meus 13 anos de idade. Todo sábado hasteávamos a bandeira (e na semana de Pátria todos os dias) cantando o Hino Nacional.
Havia cadernos em cuja contracapa estavam impressos o Hino Nacional e o Hino da Independência. Acho que havia uma marca de caderno que tinha também o Hino Riograndense (por sinal mais fácil de cantar do que o Hino Nacional).
Aos 13 anos a escola em que eu estudava tinha uma excelente banda marcial. Passamos a hastear a bandeira, perfilados, ao som da “Marcha Batida” tocada pela banda. Não cantávamos mais o hino.
Com o regime inaugurado em 1964. De certa maneira a bandeira e o hino passaram a ser considerados privativos dos militares. Depois houve quem criticasse a versão do Hino Nacional gravada por Fafá de Belém. Pessoalmente acho que só contribuiu, não denegriu o hino.
De qualquer forma sinto como se para as atuais autoridades nacionais os símbolos do país passaram a ser estorvos mal-tolerados. Prefeririam a estrela de cinco pontas dos países vassalos da antiga União Soviética e o hino “Internacional”.
Para o povo os hinos tendem a apenas ser lembrados com ufanismo quando um piloto brasileiro ganha na Fórmula 1 ou um desportista abocanha uma medalha. Gostam dos símbolos mas não se emocionam mais como nos emocionávamos até os anos 70.
As autoridades brasileiras estão na mesma página de seus colegas liberais (de esquerda) nos Estados Unidos. Lá houve nas últimas semanas uma onda de críticas, inclusive de Nancy Pelosi a ex-líder do Partido Democrata no congresso que disse ser o hino muito complicado e cheio de palavrório.
O hino nacional americano está profundamente vinculado à sua bandeira. Seu compositor Francis Scott Key estava negociando uma troca de prisioneiros com almirantes ingleses durante a guerra de 1812 quando foi desencadeado um ataque contra o Forte Mc Henry. Como havia visto as disposições de tropa dos ingleses Key ficou detido num navio inglês até o dia seguinte.
Apesar do bombardeamento constante ao nascer do sol viu que a bandeira americana ainda tremulava no alto do forte no meio da fumaça negra da pólvora. Isto inspirou-o a escrever um poema “A Defesa de Fort McHenry” em que o autor manifesta júbilo pela bandeira continuar firme.
Algum tempo depois o poema foi juntado a um hino religioso e aos poucos passou a ser cantado em ocasiões solenes por recomendação presidencial em 1816. Apenas foi oficializado como hino do país em 1931 por decisão do Congresso.
Claramente é um hino que, assim como a Marsellaise, acabou oficializada após consenso popular. No caso este ano são 200 anos do ataque a Fort McHenry, donde parece meio ridículo discutir se o hino é ou não é complicado.
Esta semana o conjunto de rock “Madison Rising” gravou uma versão do “Star Spangled Banner”, o hino em questão sugerindo que quem quiser o baixe do Youtube e o divulgue em oposição aos detratores do hino. Pessoalmente gostei muito da versão.
Ralph J. Hofmann
02 de julho de 2012
One Million Star Spangled Challenge
(*) Foto: Fort McHenry
Posso depor que sabia os principais hinos brasileiros de cor e salteado até os meus 13 anos de idade. Todo sábado hasteávamos a bandeira (e na semana de Pátria todos os dias) cantando o Hino Nacional.
Havia cadernos em cuja contracapa estavam impressos o Hino Nacional e o Hino da Independência. Acho que havia uma marca de caderno que tinha também o Hino Riograndense (por sinal mais fácil de cantar do que o Hino Nacional).
Aos 13 anos a escola em que eu estudava tinha uma excelente banda marcial. Passamos a hastear a bandeira, perfilados, ao som da “Marcha Batida” tocada pela banda. Não cantávamos mais o hino.
Com o regime inaugurado em 1964. De certa maneira a bandeira e o hino passaram a ser considerados privativos dos militares. Depois houve quem criticasse a versão do Hino Nacional gravada por Fafá de Belém. Pessoalmente acho que só contribuiu, não denegriu o hino.
De qualquer forma sinto como se para as atuais autoridades nacionais os símbolos do país passaram a ser estorvos mal-tolerados. Prefeririam a estrela de cinco pontas dos países vassalos da antiga União Soviética e o hino “Internacional”.
Para o povo os hinos tendem a apenas ser lembrados com ufanismo quando um piloto brasileiro ganha na Fórmula 1 ou um desportista abocanha uma medalha. Gostam dos símbolos mas não se emocionam mais como nos emocionávamos até os anos 70.
O hino nacional americano está profundamente vinculado à sua bandeira. Seu compositor Francis Scott Key estava negociando uma troca de prisioneiros com almirantes ingleses durante a guerra de 1812 quando foi desencadeado um ataque contra o Forte Mc Henry. Como havia visto as disposições de tropa dos ingleses Key ficou detido num navio inglês até o dia seguinte.
Apesar do bombardeamento constante ao nascer do sol viu que a bandeira americana ainda tremulava no alto do forte no meio da fumaça negra da pólvora. Isto inspirou-o a escrever um poema “A Defesa de Fort McHenry” em que o autor manifesta júbilo pela bandeira continuar firme.
Algum tempo depois o poema foi juntado a um hino religioso e aos poucos passou a ser cantado em ocasiões solenes por recomendação presidencial em 1816. Apenas foi oficializado como hino do país em 1931 por decisão do Congresso.
Claramente é um hino que, assim como a Marsellaise, acabou oficializada após consenso popular. No caso este ano são 200 anos do ataque a Fort McHenry, donde parece meio ridículo discutir se o hino é ou não é complicado.
Esta semana o conjunto de rock “Madison Rising” gravou uma versão do “Star Spangled Banner”, o hino em questão sugerindo que quem quiser o baixe do Youtube e o divulgue em oposição aos detratores do hino. Pessoalmente gostei muito da versão.
Ralph J. Hofmann
02 de julho de 2012
One Million Star Spangled Challenge
(*) Foto: Fort McHenry
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