ACM SEMPRE FOI MELANCIA
Osvaldo Caldas, gordo coronel do cacau, boa gente, boa vida e bom uísque, deputado do PSD na Assembléia aqui da Bahia, vivia intrigado com seu amigo e líder, o governador Antonio Balbino (1954-1958).
Osvaldo não entendia por que Balbino prestigiava demais alguns deputados da oposição, aliciando-os com alguma simpatia e muitas fatias de poder, como o jovem deputado da UDN, Antonio Carlos Magalhães, que já nasceu melancia, metade do governo metade oposição.
Antonio Carlos, liderado de Juracy Magalhães, era tão governista que todos o chamavam de vice-líder do governo (o líder era Waldir Pires, PSD).
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OSVALDO CALDAS
Uma tarde, Osvaldo, com sua voz redonda e rouca, foi à tribuna da Assembléia, aonde ia muito pouco:
- Senhor presidente, senhores deputados. Quando eu adquiri a minha mulher, lá em Itajuípe, estabeleci logo: “Aqui em casa, homem é homem, mulher é mulher, macho é macho, mulher é mulher”. E sempre deu certo. O governo está precisando disso. Estabelecer quem é homem e quem é mulher, quem é macho e quem é mulher. Quem é governo e quem é oposição. Dentro de casa, macho manda, mulher obedece. Na política, também. Governo manda, oposição obedece. Esta é a única definição certa que conheço da política.
Antonio Carlos continuou sendo governo e oposição, UDN e PSD.
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ANTONIO CARLOS
Meio século depois, Antonio Carlos não mudara. Era o mesmo. Oposição na Bahia e governo em Brasília. Para manter sua imensa e latifundiária fazenda eleitoral no Estado, o PFL baiano era oposição. Mas, para não perder os cargos e vantagens que tem no governo federal, em Brasília era governo, no início do primeiro mandato de Lula.
Em 2004, ACM tentou tirar da liderança do PFL na Câmara o baiano José Carlos Aleluia, seu tradicional liderado, só porque ele sustenta a posição de oposição do partido ao governo Lula. E, em lugar dele, quis pôr o deputado Pauderney Avelino, do PFL, do Amazonas, como ele, também um melancia.
Antonio Carlos levou uma coça que jamais esperou. Dizia que quem ganhasse venceria por um máximo de três votos. Aleluia fez 39 e Pauderney só 24, os exatos 20 votos que ACM tinha na Bahia e mais 4 da Amazônia.
Mesmo assim, ACM continuou melancia até morrer: brigando com o PT na Bahia e vivendo do PT em Brasília.
Osvaldo Caldas, gordo coronel do cacau, boa gente, boa vida e bom uísque, deputado do PSD na Assembléia aqui da Bahia, vivia intrigado com seu amigo e líder, o governador Antonio Balbino (1954-1958).
Osvaldo não entendia por que Balbino prestigiava demais alguns deputados da oposição, aliciando-os com alguma simpatia e muitas fatias de poder, como o jovem deputado da UDN, Antonio Carlos Magalhães, que já nasceu melancia, metade do governo metade oposição.
Antonio Carlos, liderado de Juracy Magalhães, era tão governista que todos o chamavam de vice-líder do governo (o líder era Waldir Pires, PSD).
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OSVALDO CALDAS
Uma tarde, Osvaldo, com sua voz redonda e rouca, foi à tribuna da Assembléia, aonde ia muito pouco:
- Senhor presidente, senhores deputados. Quando eu adquiri a minha mulher, lá em Itajuípe, estabeleci logo: “Aqui em casa, homem é homem, mulher é mulher, macho é macho, mulher é mulher”. E sempre deu certo. O governo está precisando disso. Estabelecer quem é homem e quem é mulher, quem é macho e quem é mulher. Quem é governo e quem é oposição. Dentro de casa, macho manda, mulher obedece. Na política, também. Governo manda, oposição obedece. Esta é a única definição certa que conheço da política.
Antonio Carlos continuou sendo governo e oposição, UDN e PSD.
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ANTONIO CARLOS
Meio século depois, Antonio Carlos não mudara. Era o mesmo. Oposição na Bahia e governo em Brasília. Para manter sua imensa e latifundiária fazenda eleitoral no Estado, o PFL baiano era oposição. Mas, para não perder os cargos e vantagens que tem no governo federal, em Brasília era governo, no início do primeiro mandato de Lula.
Em 2004, ACM tentou tirar da liderança do PFL na Câmara o baiano José Carlos Aleluia, seu tradicional liderado, só porque ele sustenta a posição de oposição do partido ao governo Lula. E, em lugar dele, quis pôr o deputado Pauderney Avelino, do PFL, do Amazonas, como ele, também um melancia.
Antonio Carlos levou uma coça que jamais esperou. Dizia que quem ganhasse venceria por um máximo de três votos. Aleluia fez 39 e Pauderney só 24, os exatos 20 votos que ACM tinha na Bahia e mais 4 da Amazônia.
Mesmo assim, ACM continuou melancia até morrer: brigando com o PT na Bahia e vivendo do PT em Brasília.
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