"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MENSALÃO, UM FESTIVAL DE CONDENAÇÕES

 

Luiz Francisco Barbosa, advogado de defesa do histriônico e hoje convalescente pancreático Roberto Jefferson garante que o julgamento do Mensalão vai ser "um festival de absolvições". Pode estar redondamente enganado.
Todos os defensores dos réus - com horrorosas exceções - acusaram seus clientes de praticar o singelo expediente do Caixa-2, em seus partidos, suas campanhas, seus gabinetes. Quer dizer, foi um festival de acusações.

Os ilustres causídicos optaram por confessar, sem o menor sinal de pejo ou qualquer temor, que seus nobilíssimos constituintes cometiam um "malfeito" menor.
Transformaram assim os mensaleiros em malfeitores. A isto, os doutos ministros do Supremo não devem e não podem fazer ouvidos moucos.

Será um festival de condenações. Por crimes menores e até já prescritos. Um festival em ritmo de juspizza. Um festival de condenações, sem cadeia.

Sem cadeia e sem devolução do dinheiro que tomou chá de sumiço. Chá com chantilly. É que nesses casos, o creme compensa.
 
15 de agosto de 2012
sanatório da notícia

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