A Petrobrás está numa bananosa. A estatal de economia mista terá de aguentar a alta do preço internacional do petróleo, o aumento da dívida da companhia em moeda estrangeira e todas as pressões de investidores que reclamam e sofrem no bolso com a desvalorização das ações da empresa.
A ex-presidenta do Conselho de Administração da Petrobras também sofre com a mesma bananosa. Dilma Rousseff recebe todas as pressões para autorizar o urgente reajuste no preço dos combustíveis. A medida é pura casca de banana no piso escorregadio do Palácio do Planalto.
É bananosa para todo lado. Ao mesmo tempo em que alivia a barra do caixa da Petrobrás, o aumento causa um inevitável repique de inflação. Também afeta o humor do cidadão-eleitor-contribuinte. Afinal, será o consumidor quem vai arcar com o aumento dos preços dos combustíveis. Por isso, a Presidenta Dilma só quer saber de liberar qualquer reajuste depois da eleição ou, se a Petrobrás aguentar, no começo do ano de 2013.
Amiga de Dilma, que a apadrinhou no cargo máximo da Petrobrás, a Presidenta Maria das Graças Foster tem uma preocupação imediata. O risco de a empresa ser rebaixada pelas agências internacionais de risco – o que provocaria uma desvalorização ainda maior das ações da companhia. O endividamento da Petrobrás está crescendo. Já chega a R$ 133,2 bilhões. O número representa 28% da capitalização da empresa. Se a dívida líquida atingir o limite de 35%, o mercado entra em pânico.
Os números assuntam a direção da Petrobrás e os investidores. A estatal de economia mista conquistou seu mais alto valor de mercado em 21 de maio de 2008: R$ 510 bilhões. Agora, a Petrobrás vale R$ 303 bilhões. Perdeu R$ 65 bilhões desde a megaoferta pública de ações em 27 de setembro de 2010. Na operação, o governo (acionista majoritário) entrou com R$ 80 bilhões. Os investidores jogaram R$ 40 bilhões no negócio que agora faz alguns se sentirem acionistas otários.
O maior aumento de capital nunca antes feito na história da humanidade capitalista – e sequer do Brasil – pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva tinha um objetivo: reduzir o endividamento da Petrobrás e viabilizar um plano de R$ 200 bilhões em investimentos em cinco anos. Para isto, foram emitidas 4,27 bilhões de ações. No entanto, na gestão de José Sérgio Gabrieli, o dinheiro captado não foi sufuciente e a Petrobrás teve de pagar caro para arranjar grana para cobrir investimentos.
A dívida virou um mico, ou uma banana que engoliu os espertos macacos. Antes da capitalização, em setembro de 2010, a dívida líquida da Petrobrás era de R$ 94 bilhões, equivalendo a 34,4% na relação com o patrimônio. Em seguida ao processo, baixou para R$ 57,1 bilhões – que baixou a relação para 16%. Agora, já atinge 28% ou R$ 133,2 bilhões.
Os problemas na Petrobrás refletem diretamente na relação entre Lula e Dilma. O criador e sua criatura brigam por causa de José Sérgio Gabrielli. Lula não gostou quando seu aliado foi tirado da presidência da Petrobrás, e a substituta Graça Foster apontou que decisões da gestão dele foram as causas dos maiores pelos problemas na empresa. Lula não deixou o negócio barato e deixou vazar, por amigos, uma declaração marota de que Dilma precisava se lembrar de que ela fora a “presidenta” do conselho de administração da Petrobrás em seu governo...
O que Lula não lembrou é que outra grande amiga de Dilma e sua braço-direito na Casa Civil, Erenice Guerra, também foi membro do Conselho Fiscal da Petrobras, entre os anos 2006 e 2007. No entanto, Erenice foi eleita pelo controlador da Petrobras: o governo (Lula). Coitada, caiu no escândalo de suposto tráfico de influência dos filhos dela com negócios públicos.
Junto com Dilma, no Conselho de Administração da empresa, também atuava Antônio Palocci Filho – até as denúncias da consultoria o derrubarem do governo. Palocci ao menos ainda tem um homem de confiança dele no Conselho Fiscal da Petrobrás: Nelson Rocha Augusto. Hoje, quem sucedeu Dilma e preside o Conselho de Administração da Petrobrás é Guido Mantega, ministro da Fazenda que anda meio brigado com o ex-Presidente Lula da Silva.
Enfim, se a Petrobrás tem micos, muitos deles foram gerados por ingerência e macaquices de gestão do governo petista sobre a empresa. Ou seja, é típica incomPTência. Assim, Lula Dilma e seus demais companheiros estão na maior bananosa. Agora, como as bananas estão comendo os macacos, por causa de tantos micos na Petrobrás, a bicharada parece em polvorosa...
O triste dessa fábula econômica do Brasil Capimunista é que, no fim das contas, os investidores da empresa e os cidadãos brasileiros pagam o verdadeiro mico...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
29 de setembro de 2012Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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