Hoje é o Dia do Aviador, quando homenageamos nosso herói Alberto Santos-Dumont, o maior dos pais da aviação, que foram muitos e contribuíram com suas invenções, experiências e livros para dar asas à Humanidade. Muitos deles perderam a vida ao buscar tal objetivo.
Dumont era filho de um engenheiro civil que fez fortuna construindo estradas de ferro e investiu na plantação, processamento e comercialização do café. Desde cedo demonstrou grande habilidade para a mecânica. A família ia regularmente à Europa e o jovem Alberto tirou muito proveito dessas viagens.
Lá, numa exposição de Mecânica conheceu o Motor de Combustão Interna e ficou como que hipnotizado. Mentalmente comparava-o com a máquina a vapor tão sua conhecida, com o motor elétrico/baterias e admirava-lhe a leveza (relação potência/peso). Comprou um automóvel, trouxe-o para o Brasil, estudou o motor a gasolina a fundo, pois sentia que teria uma importância muito grande no futuro.
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ESTUDOS
Nessas viagens informa-se sobre o estado atual da Ciência Aeronáutica, dos balões de hidrogênio, dos vôos planados, das tentativas para impulsionar naves aéreas com o uso da pólvora, ar comprimido, máquina a vapor, motor elétrico/baterias, pois que tudo já havia sido tentado.
Em 1897, com 23 anos, vai definitivamente a Paris para completar seus estudos, Matemática (Cálculo Diferencial e Integral), Física (Mecânica, Resistência dos Materiais, Eletricidade), Química (principalmente o estudos dos gases), finalizando na Universidade de Bristol (Inglaterra) onde cursou disciplinas específicas.
Em 1898, ainda junto com os estudos, começou a pensar na solução do problema da propulsão e dirigibilidade dos balões semi-rígidos.
De 1898 a 1904, projetou, construiu e voou mais de 15 dirigíveis semi-rígidos de várias formas, tamanhos e propulsores. Voou com todos os tempos, diurno e noturno, sobre o mar ou montanhas, dentro das nuvens e acima delas.
Apesar de sua legendária habilidade e sorte, se acidentou várias vezes, saindo sempre com escoriações leves. Essa fase de trabalhos com o “mais leve que ar” culminou com o vencimento do prêmio Deutsch de La Meurthe FF$ 129.000,00, em 1901, com o Dirigível SD-6. Semi-rígido, 622 m3 de hidrogênio, comprimento 33 m, diâmetro máx. 6 m, quilha em treliça, motor Buchet-Santos-Dumont 20 HP, hélice única com diâmetro 4 m.
Ao vencer o prêmio circundando a Torre Eiffel, desenvolveu velocidade sobre o solo de pouco mais de 30 km/h.
Pela primeira vez o homem fazia um vôo controlado em todas as direções e realmente navegava o oceano aéreo universal. Muitos tentaram achar a solução para a propulsão e dirigibilidade dos dirigíveis, mas foi o genial inventor Brasileiro que teve essa glória.
E foi com dirigíveis que se formou a primeira companhia aérea regular do mundo em 1909, a Delag AG (Hamburgo-Alemanha) que operou até o começo da Primeira Grande Guerra, 1914, sem nenhum acidente.
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DIRIGÍVEIS
E foi com dirigíveis que pela primeira vez se atravessou o Atlântico em 1928, de Hamburgo a Nova York em 4 dias e meio, sem escalas. E em 1929 se deu a primeira volta aérea ao mundo.
Tivesse ficado só no “Mais Leve que o ar” e Dumont já teria assegurado sua imortalidade, mas impressionado com as palestras do engenheiro norte-americano Octave Chanute no AeroClube de Paris, Dumont resolve se dedicar por inteiro ao problema do vôo “do mais pesado que o ar, o vôo mecânico.
Depois de tentativas com monoplano de 2 hélices, testado a reboque de lancha rápida no Rio Sena, com helicóptero de duplo rotor de giro contrário, descontinuado por falta de motor potente, Dumont se fixou no biplano celular, nariz longo, grupo motor-propulsor a ré. Estava criado o famoso 14 Bis.
Envergadura 12 m, comprimento 13 m, área alar 80 m2, motor Levavasseur-Antoinette de 50 HP, peso 220 kg, estrutura de pinho revestido com lona.
Com o 14 Bis, em 23 de outubro de 1906, pelos próprios meios, com ventos calmos, em prova pública e previamente anunciada pela imprensa e controlada pela comissão técnica do AeroClube de França, Dumont é o primeiro, pelo menos na Europa, a voar com o mais pesado que o ar e assim faz jus aos prêmios Archdeacon e Aero-Clube de França. Posteriores réplicas do 14 Bis, todas voaram.
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DEMOISELLE
A seguir, em 1907 projeta, constrói e voa seu mais belo projeto o “Demoiselle-Grasshopper”, o primeiro avião com características atuais. Monoplano, empenagem a ré, estabilizadores horizontais, profundor e leme de direção, ailerons nas asas, envergadura 5,5 m, comprimento 6 m, área alar 10 m2, motor-propulsor a vante, hélice tratora, motor Dutheil-Chalmers modificado por Dumont, 35 HP.
Nos anos seguintes foi aperfeiçoando mais o modelo e lhe dando potência. Peso 125 Kg, preço FF$ 7.000,00 ou na Inglaterra L$ 300, o preço de um automóvel médio da época, 1909. Sendo muito rico, não patenteou suas invenções, legando-as todas ao domínio público. Com isso contribuiu muito para baratear a aviação pioneira e facilitou a entrada nesse mundo fascinante a milhares de pessoas.
Generosamente abriu mão de uma grande renda e mesmo de recuperar a fortuna que investiu. Em 1910 começou a sentir os primeiros sintomas da doença (esclerose múltipla) e teve que abandonar os vôos que tanto amava. Sua doença 22 anos depois, indiretamente o matava.
Dedico esse texto ao Instrutor de Vôo a Vela (Planadores), do AeroClube de Santa Catarina, o economista e piloto de aviação agrícola, extraordinária pessoa humana, Ari Mullen da Silveira.
23 de outubro de 2012
Flávio José Bortolotto
Dumont era filho de um engenheiro civil que fez fortuna construindo estradas de ferro e investiu na plantação, processamento e comercialização do café. Desde cedo demonstrou grande habilidade para a mecânica. A família ia regularmente à Europa e o jovem Alberto tirou muito proveito dessas viagens.
Lá, numa exposição de Mecânica conheceu o Motor de Combustão Interna e ficou como que hipnotizado. Mentalmente comparava-o com a máquina a vapor tão sua conhecida, com o motor elétrico/baterias e admirava-lhe a leveza (relação potência/peso). Comprou um automóvel, trouxe-o para o Brasil, estudou o motor a gasolina a fundo, pois sentia que teria uma importância muito grande no futuro.
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ESTUDOS
Nessas viagens informa-se sobre o estado atual da Ciência Aeronáutica, dos balões de hidrogênio, dos vôos planados, das tentativas para impulsionar naves aéreas com o uso da pólvora, ar comprimido, máquina a vapor, motor elétrico/baterias, pois que tudo já havia sido tentado.
Em 1897, com 23 anos, vai definitivamente a Paris para completar seus estudos, Matemática (Cálculo Diferencial e Integral), Física (Mecânica, Resistência dos Materiais, Eletricidade), Química (principalmente o estudos dos gases), finalizando na Universidade de Bristol (Inglaterra) onde cursou disciplinas específicas.
Em 1898, ainda junto com os estudos, começou a pensar na solução do problema da propulsão e dirigibilidade dos balões semi-rígidos.
De 1898 a 1904, projetou, construiu e voou mais de 15 dirigíveis semi-rígidos de várias formas, tamanhos e propulsores. Voou com todos os tempos, diurno e noturno, sobre o mar ou montanhas, dentro das nuvens e acima delas.
Apesar de sua legendária habilidade e sorte, se acidentou várias vezes, saindo sempre com escoriações leves. Essa fase de trabalhos com o “mais leve que ar” culminou com o vencimento do prêmio Deutsch de La Meurthe FF$ 129.000,00, em 1901, com o Dirigível SD-6. Semi-rígido, 622 m3 de hidrogênio, comprimento 33 m, diâmetro máx. 6 m, quilha em treliça, motor Buchet-Santos-Dumont 20 HP, hélice única com diâmetro 4 m.
Ao vencer o prêmio circundando a Torre Eiffel, desenvolveu velocidade sobre o solo de pouco mais de 30 km/h.
Pela primeira vez o homem fazia um vôo controlado em todas as direções e realmente navegava o oceano aéreo universal. Muitos tentaram achar a solução para a propulsão e dirigibilidade dos dirigíveis, mas foi o genial inventor Brasileiro que teve essa glória.
E foi com dirigíveis que se formou a primeira companhia aérea regular do mundo em 1909, a Delag AG (Hamburgo-Alemanha) que operou até o começo da Primeira Grande Guerra, 1914, sem nenhum acidente.
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DIRIGÍVEIS
E foi com dirigíveis que pela primeira vez se atravessou o Atlântico em 1928, de Hamburgo a Nova York em 4 dias e meio, sem escalas. E em 1929 se deu a primeira volta aérea ao mundo.
Tivesse ficado só no “Mais Leve que o ar” e Dumont já teria assegurado sua imortalidade, mas impressionado com as palestras do engenheiro norte-americano Octave Chanute no AeroClube de Paris, Dumont resolve se dedicar por inteiro ao problema do vôo “do mais pesado que o ar, o vôo mecânico.
Depois de tentativas com monoplano de 2 hélices, testado a reboque de lancha rápida no Rio Sena, com helicóptero de duplo rotor de giro contrário, descontinuado por falta de motor potente, Dumont se fixou no biplano celular, nariz longo, grupo motor-propulsor a ré. Estava criado o famoso 14 Bis.
Envergadura 12 m, comprimento 13 m, área alar 80 m2, motor Levavasseur-Antoinette de 50 HP, peso 220 kg, estrutura de pinho revestido com lona.
Com o 14 Bis, em 23 de outubro de 1906, pelos próprios meios, com ventos calmos, em prova pública e previamente anunciada pela imprensa e controlada pela comissão técnica do AeroClube de França, Dumont é o primeiro, pelo menos na Europa, a voar com o mais pesado que o ar e assim faz jus aos prêmios Archdeacon e Aero-Clube de França. Posteriores réplicas do 14 Bis, todas voaram.
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DEMOISELLE
A seguir, em 1907 projeta, constrói e voa seu mais belo projeto o “Demoiselle-Grasshopper”, o primeiro avião com características atuais. Monoplano, empenagem a ré, estabilizadores horizontais, profundor e leme de direção, ailerons nas asas, envergadura 5,5 m, comprimento 6 m, área alar 10 m2, motor-propulsor a vante, hélice tratora, motor Dutheil-Chalmers modificado por Dumont, 35 HP.
Nos anos seguintes foi aperfeiçoando mais o modelo e lhe dando potência. Peso 125 Kg, preço FF$ 7.000,00 ou na Inglaterra L$ 300, o preço de um automóvel médio da época, 1909. Sendo muito rico, não patenteou suas invenções, legando-as todas ao domínio público. Com isso contribuiu muito para baratear a aviação pioneira e facilitou a entrada nesse mundo fascinante a milhares de pessoas.
Generosamente abriu mão de uma grande renda e mesmo de recuperar a fortuna que investiu. Em 1910 começou a sentir os primeiros sintomas da doença (esclerose múltipla) e teve que abandonar os vôos que tanto amava. Sua doença 22 anos depois, indiretamente o matava.
Dedico esse texto ao Instrutor de Vôo a Vela (Planadores), do AeroClube de Santa Catarina, o economista e piloto de aviação agrícola, extraordinária pessoa humana, Ari Mullen da Silveira.
23 de outubro de 2012
Flávio José Bortolotto
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