Aconteceu o que todos os esperavam. Sem a presença do ministro aposentado do Supremo Sepulveda Pertence, a Comissão de Ética da Presidência da República se tornou um órgão ridículo, cujos integrantes demonstram ser meros bajuladores dos integrantes do poder, sejam eles quem forem.
Na primeira reunião após a renúncia de Pertence por interferência do Planalto na formação do colegiado, a Comissão de Ética decidiu arquivar os dois processos que apuravam conduta antiética do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento).
“E era para fazer alguma palestra?…”
O prosseguimento dessa investigação sobre a conduta de Pimentel só aconteceu por conta de um voto de desempate de Sepúlveda Pertence, que presidia a comissão na época.
Pimentel respondia a dois procedimentos na comissão, desde o primeiro semestre. Um era relativo a suposta consultoria que teria feito à Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), pelos quais recebeu R$ 2 milhões sem ter prestado os tais serviços. Os pseudos serviços teriam sido prestados a partir de 2009.
Segundo o entendimento da comissão, não houve qualquer irregularidade no caso, já que ele não integrava o governo federal na época. Ou seja, se tivesse matado a própria mãe, não seria problema, porque nessa época ainda não estava no governo…
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LACOMBE, O PUXA-SACO
Mostrando seu grande talento como áulico e bajulador de primeira, o atual presidente da comissão, Américo Lacombe, disse que ao prestar as consultorias, Pimentel estava apenas sendo “um economista no exercício da profissão”.
Ainda de acordo com Lacombe, “a quantia que ele recebeu foi pequena”. De acordo com ele, “qualquer profissional liberal” consegue ganhar o montante de R$ 2 milhões ao longo de dois anos (R$ 50 mil por mês).
“Não foi nada extraordinário. Ele não multiplicou seu patrimônio por vinte”, disse Lacombe, em referência ao caso do ex-ministro Antônio Palocci (Casa Civil), cuja expansão patrimonial em decorrência de serviços de consultoria gerou sua saída do governo. E que também foi inocentado pela Comissão de Ética, vejam bem a que ponto chega a desfaçatez dessa gente.
Em nenhum momento Lacombe se referiu ao verdadeiro motivo da investigação: o fato de Pimentel ter recebido R$ 2 milhões para fazer palestras a industriais no interior de Minas e não ter pronunciado nenhuma delas. Uma vergonha, que a Comissão de Ética engoliu a seco.
23 de outubro de 2012
Carlos Newton
Na primeira reunião após a renúncia de Pertence por interferência do Planalto na formação do colegiado, a Comissão de Ética decidiu arquivar os dois processos que apuravam conduta antiética do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento).
“E era para fazer alguma palestra?…”
O prosseguimento dessa investigação sobre a conduta de Pimentel só aconteceu por conta de um voto de desempate de Sepúlveda Pertence, que presidia a comissão na época.
Pimentel respondia a dois procedimentos na comissão, desde o primeiro semestre. Um era relativo a suposta consultoria que teria feito à Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), pelos quais recebeu R$ 2 milhões sem ter prestado os tais serviços. Os pseudos serviços teriam sido prestados a partir de 2009.
Segundo o entendimento da comissão, não houve qualquer irregularidade no caso, já que ele não integrava o governo federal na época. Ou seja, se tivesse matado a própria mãe, não seria problema, porque nessa época ainda não estava no governo…
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LACOMBE, O PUXA-SACO
Mostrando seu grande talento como áulico e bajulador de primeira, o atual presidente da comissão, Américo Lacombe, disse que ao prestar as consultorias, Pimentel estava apenas sendo “um economista no exercício da profissão”.
Ainda de acordo com Lacombe, “a quantia que ele recebeu foi pequena”. De acordo com ele, “qualquer profissional liberal” consegue ganhar o montante de R$ 2 milhões ao longo de dois anos (R$ 50 mil por mês).
“Não foi nada extraordinário. Ele não multiplicou seu patrimônio por vinte”, disse Lacombe, em referência ao caso do ex-ministro Antônio Palocci (Casa Civil), cuja expansão patrimonial em decorrência de serviços de consultoria gerou sua saída do governo. E que também foi inocentado pela Comissão de Ética, vejam bem a que ponto chega a desfaçatez dessa gente.
Em nenhum momento Lacombe se referiu ao verdadeiro motivo da investigação: o fato de Pimentel ter recebido R$ 2 milhões para fazer palestras a industriais no interior de Minas e não ter pronunciado nenhuma delas. Uma vergonha, que a Comissão de Ética engoliu a seco.
23 de outubro de 2012
Carlos Newton
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