O secretário Ivar Pavan, um defensor intransigente da Reforma Agrária e do MST, constatou o fracasso da distribuição de terras em Cuba. Terras para plantar existem à vontade, mas faltam agricultores, mesmo com o desejo de 190 mil jovens cubanos de se tornarem produtores de alimentos, desde que possam ser os reais proprietários de seus lotes.
A Reforma Agrária de Fidel Castro, feita na marra, apenas levou a ilha, 50 anos depois, a importar seus alimentos com o abandono de 60% das terras agriculturáveis.
Ouvi o secretário Ivan Pavan culpar o “bloqueio econômico” pela falta de máquinas e equipamentos agrícolas para as lavouras cubanas e a necessidade do uso de dezenas de milhares de juntas de boi na preparação da semeadura das terras.
Por que não buscar tais equipamentos na China, na Rússia, na Espanha, tradicionais fabricantes de tratores e implementos? Esses países exportam automóveis para Cuba, desde que pagos com dólares, charutos ou açúcar.
Aí não tem bloqueio dos EUA? Faltam tratores em Cuba por que não há recurso suficiente para tanta importação.
Estive em Cuba vinte anos atrás e já se via uma quantidade expressiva de tratores russos abandonados em fazendas nos arredores de Havana, por falta de manutenção e as juntas de boi requisitadas provocaram a escassez de carne bovina (mesmo racionada) na mesa dos cubanos.
O socialismo soviético implodira em 1989 e o fim de 70 anos de regime resultara no término da ajuda anual de 6 bilhões de dólares para Cuba.
O que se espera da missão gaúcha é que nossas empresas – Randon, Agrale, Medabil e outras – tenham êxito nas negociações com Cuba, mas que não vai ser fácil receber dólares dos cubanos, ah… isso não vai.
14 de novembro de 2012
Rogério Mendelski
Uma Lei para a internet no Brasil: exemplos de algozes eletrônicos que se julgam impunes
Os exemplos de crimes pela internet são muitos. Mas vou ficar mesmo na minha área profissional, a de Comunicação. Dois dos mais importantes jornalistas do país, ambos pautados por um jornalismo independente e investigativo e francamente crítico aos desmandos dos governos , foram vítimas desses algozes eletrônicos.
Primeiro foi o jornalista da revista Veja, Augusto Nunes. Os insultos, agressões, ameaças e vitupérios foram tantos que, além das providências jurídicas, ele publicou em sua coluna eletrônica as ameças que vinha recebendo. Segundo o site Comunique-se, em publicação de 02 de agosto de 2012, Nunes descobriu a identidade do autor que se escondia sob a alcunha de “ Kako Lamim”. Na realidade, descobriu tratar-se do cidadão Clayton Mendonça de Oliveira, gerente de divisão da estatal do setor elétrico Furnas S/A.
Disse mais o Comunique-se: “O internauta Mendonça de Oliveira será questionado na justiça sobre o que escreveu e que a direção da empresa Furnas também seria convidada a prestar esclarecimentos, já que durante o horário de expediente, o funcionário utilizava equipamentos da companhia para endereçar ameaças a jornalistas que discordam do governo e do PT.
O autor dos comentários revelou, voluntariamente, que é parente do ex-Chefe da Casa Civil do governo Lula e recentemente condenado pelo Supremo Tribunal Federal , STF, por uma série de crimes, o ex-deputado Federal pelo PT de São Paulo e ex-presidente do partido José Dirceu” .
O Comunique-se, um site dedicado à comunicação, reproduziu , na mesma edição, os comentários do senhor Reynaldo Rocha, advogado com sólida formação jurídica, que este teria feito no site do jornalista Augusto Nunes:
“A situação será resolvida judicialmente. A direção de Furnas terá de manifestar-se. É o que esperam, ao menos, os acionistas minoritários, que não fazem parte do governo nem admitem que uma estatal seja usada como quintal do PT e apaniguados.
No caso, por envolver um primo que se orgulha dos laços de sangue, reforça o que sempre se disse de José Dirceu. Esse tipo de “ajuda prestada pelo gerente de divisão de Furnas ao parente em perigo confirma até onde vai a barbárie ética e moral e o menosprezo ao estado do direito,” disse o advogado.
(Leia amanhã: O caso do jornalista José
Neumanne Pinto)
14 de novembro de 2012
Hildeberto Aleluia
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