Judiciário é pouco ou nada confiável, mostra estudo
O Poder Judiciário segue como uma das instituições que têm a menor
confiança da população no Brasil, conforme mostra o Índice de Confiança na
Justiça (ICJBrasil), que analisou o segundo e terceiro trimestres de 2012.
Feito pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, a Direito
GV, o estudo mostra que a população brasileira considera o Judiciário só é mais
confiável que as emissoras de TV, os vizinhos, o Congresso Nacional e que os
partidos políticos.
Confiança nas Instituições
De acordo com a pesquisa — feita com 3,3 mil pessoas —, 90% dos
brasileiros consideram a Justiça morosa e 82% a consideram cara. Outros 64% dos
entrevistados acreditam que o Judiciário é desonesto e 61% o enxergam como nada
ou pouco independente. Além disso, 64% dos ouvidos acham a Justiça “difícil” ou
“muito difícil” de acessar.
O ICJBrasil também atribui notas para o desempenho do Judiciário.
Numa escala de 0 a 10, a nota geral foi 5,5.A pontuação é baseada em dois
subíndices: o de comportamento, que analisa se os cidadãos, quando enfrentam
problemas, procuram soluções na Justiça, e o de percepção, que apura o
sentimento da população em relação a celeridade, honestidade, neutralidade e
custos. No primeiro requisito, a nota foi 8,7. No segundo, 4,1.
Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora
do estudo, os dados seguem a mesma tendência que sempre tiveram, “de má
avaliação do Judiciário como prestador de serviços públicos”. Foram
entrevistadas pessoas em oito estados brasileiros, que responderam por 55% da
população nacional (Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco,
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo).
Polícia
O ICJBrasil também mostrou que a população não está satisfeita com
o trabalho da polícia. A instituição foi apontada como confiável pelos mesmos
39% que o Judiciário.
Grau de satisfação com a atuação da Polícia
Muito Satisfeito - 26%
Um pouco satisfeito - 10%
Um pouco insatisfeito - 27%
Muito insatisfeito - 36%
Indiferente - 1%
Contando juntos os “insatisfeitos” e os “pouco satisfeitos”, a
cifra chega a 63%. Considerando a camada mais pobre da população, o índice pula
para 65%. Na camada mais rica, cai para 62%.“É um dado alarmante, principalmente
se considerarmos os últimos acontecimentos envolvendo o assassinato de policiais
e diversas pessoas na periferia”, analisa Luciana Gross Cunha.
15 de dezembro de 2012
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