Nem sempre concordo com as análises formuladas por Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo. Entretanto este seu artigo que está no site do jornal sobre o fato de que neste domingo terá início o pós-Chávez, está correto.
É que neste domingo ocorrerá a eleição de governadores. Será um teste apreciável, principalmente para a Oposição. Se o opositor Capriles vencer em Miranda, o Estado mais importante da Venezuela, derrotando Elias Jaua, ex-vice de Chávez, se credencia para a próxima eleição presidencial que poderia ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano caso o caudilho Hugo Chávez, em razão do câncer, não possa assumir seu mandato em 10 de janeiro próximo. A Constituição determina que, neste caso, o vice Nicolás Maduro assuma o governo e convoque imediatamente eleições presidenciais que ocorrerão em 30 dias.
O ponto crucial - tem razão Rossi no seu artig - vincula-se à unidade da oposição, tradicionalmente cindida numa miríade de partidos e que pela primeira vez uniu-se através da MUD (Mesa de Unidade Democrática) na última eleição presidencial, tendo Henrique Capriles como candidato único. O título original do artigo é "Começa domingo o pós-Chávez". Leiam:
Começam a surgir neste domingo, 15, os primeiros esboços do que tenderá a ser a Venezuela no pós-Hugo Chávez, na hipótese, que parece cada vez mais provável, de que ele não consiga recuperar plenamente a saúde.
Haverá eleições nos 23 Estados venezuelanos, mas é em apenas um deles, o de Miranda (que abarca parte da capital, Caracas), que o resultado dirá algo ou muito sobre o futuro.
Se Henrique Capriles Radonsky vencer, terá dado um passo importante para tornar-se de novo o candidato da oposição para a eleição que terá que ser convocada em 30 dias, se Chávez não puder assumir seu novo mandato em janeiro, ou se ficar inabilitado nos primeiros quatro anos do novo período.
Ajuda-memória explicativa:
1 - A oposição venezuelana ficou muito fragmentada durante quase toda a era Chávez, facilitando sucessivos triunfos do presidente. Mas, para a presidencial de outubro passado, conseguiu unir-se finalmente em torno de Capriles.
2 - Graças em parte a essa unidade, Capriles obteve o melhor resultado de um oposicionista contra Chávez (6,5 mihões de votos ou 44%).
3 - Se, no entanto, perder de novo, agora no Estado de Miranda, sua liderança na oposição será contestada.
"Não há candidaturas automáticas", já antecipa Pedro Benítez, representante da "Acción Democrática", tradicional partido social-democrata que dividia o mando na Venezuela com a democracia-cristã até o aparecimento de Chávez.
A AD está integrada na coalizão oposicionista batizada de MUD (Mesa de Unidade Democrática), que, esta semana, criou uma comissão permanente para preparar uma campanha eleitoral que o conglomerado imagina que possa se dar "em questão de semanas"
Para o chavismo, a eleição é menos importante porque há um virtual consenso de que os candidatos chavistas ganharão a grande maioria dos 23 Estados, muito provavelmente desalojando a oposição de quase todos os sete em que hoje ela governa.
De todo modo, Miranda importa também para o chavismo porque o adversário de Capriles é Elías Jaua, ex-vice-presidente de Chávez (vice, na Venezuela, é indicado pelo presidente e não eleito).
Se derrotar o nome mais forte da oposição, Jaua pode sentir-se tentado a desafiar o "dedazo" de Chávez que apontou o chanceler e atual vice-presidente Nicolás Maduro como seu sucessor.
O risco de que o chavismo se divida parece tão presente que Diosdado Cabello, outro dos grandes nomes do chavismo, diz: "Ou nos unimos ou afundamos".
É uma frase que vale também para a oposição, o que faz do pleito de domingo o primeiro momento de definições para um eventual pós-Chávez.
O risco de que o chavismo se divida parece tão presente que Diosdado Cabello, outro dos grandes nomes do chavismo, diz: "Ou nos unimos ou afundamos".
É uma frase que vale também para a oposição, o que faz do pleito de domingo o primeiro momento de definições para um eventual pós-Chávez.
15 de dezembro de 2012
in aluizio amorim
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