"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A EVOLUÇÃO DA MÃO

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Mão se torna uma arma apenas quando se transforma em um punho (Fonte: Reprodução/Bridgeman)
 
Como uma estrutura corporal de uso duplo se formou

Considerava-se há muito tempo que o uso generalizado de ferramentas pelos ancestrais da humanidade foi a força por trás das proporções atuais da mão. Isso sem dúvida foi importante.
Mas um estudo recém-publicado no periódico Journal of Experimental Biology por Michael Morgan e David Carried, da Universidade de Utah, mostrou que a geometria exata da mão é provavelmente resultado de seu poder destrutivo, e não de sua capacidade construtiva.

A mão se torna uma arma apenas quando se transforma em um punho. Dr. Morgan e Dr. Carrier estudaram, portanto, a anatomia deste para descobrir o que torna o punho uma arma tão eficiente, cujas precisão e potência não conseguem ser reproduzidas apropriadamente nem por um chimpanzé.

Parte da razão é óbvia. Os nós dos dedos são os primeiros elementos a se projetarem a partir de um punho. Isto quer dizer que a força de um soco é transmitida através de uma área muito menor do que a da sua alternativa, um tapa com a palma da mão. Mas os dois pesquisadores suspeitaram que havia muito mais propriedades ocultas além dessas, de modo que investigaram um pouco mais.
Em um experimento em que pediram a dez atletas para socar um saco de pancada com a maior força possível, usando um punho fechado comum ou a palma da mão, os pesquisadores descobriram que parte da vantagem de fato se deve à pequena área de superfície dos nós dos dedos. Mas o trunfo máximo é a rigidez conferida pela disposição dos ossos em um punho formado apropriadamente.

Duas coisas são cruciais. Uma é o modo como os dedos se aninham sem deixar nenhum espaço vazio em um punho fechado. Isso é resultado dos comprimentos precisos dos ossos componentes de cada dedo, o que é uma das razões porque um chimpanzé não consegue formar um punho de fato.
A outra é a função de trava do polegar, o que confere ainda mais rigidez. Novamente, isso requer que o polegar tenha precisamente o comprimento ideal e se origine no lugar certo na lateral da palma.
Tudo isso sugere que os punhos de fato são adaptações evolucionárias, com sua história particular de seleção natural, e não apenas um subproduto casual da destreza da humanidade com uma ferramenta.

26 de agosto de 2012
 
Fontes:The Economist - The evolution of the hand: Making a fist of it
 

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