De certo modo, fiquei satisfeito com os números; os lulistas é que não gostaram
Acordei e havia uma avalanche de provocações e ofensas nos comentários — que não foram publicadas, é claro (também são cortadas as agressões aos petralhas e assemelhados; o esgoto fica em outro lugar…)!
Por que eu estaria chateado? Tenho escrito sobre isso com frequência. Até parece que eu previ um desastre para Dilma. Ao contrário: eu antevi, tudo o mais constante, um desastre é para a oposição. Terminava assim (em azul) um longo artigo meu publicado aqui no dia 16 de julho deste ano:
O ponto é o seguinte, meus caros: seria ruim ter um governo falando sozinho ainda que ele soubesse para onde vai; não sabendo, aí a coisa já é mesmo temerária. O pior que pode acontecer ao país é o que eu chamo de “naturalização das escolhas político-administrativas”, como se elas fossem soluções ditadas pela lógica do processo, que não comportassem alternativas. Ora, se não comportam, com que cara a oposição se apresenta em 2014 para tentar tomar o cetro das mãos de Dilma? Ainda que faça um governo medíocre, as únicas forças que Dilma tem a temer, dada a toada, são mesmo Lula e o PT…
Acordei e havia uma avalanche de provocações e ofensas nos comentários — que não foram publicadas, é claro (também são cortadas as agressões aos petralhas e assemelhados; o esgoto fica em outro lugar…)!
O tom, agressões e baixo calão à parte, era mais ou menos este: “Você viu o Ibope, Reinaldo Azevedo? O que você vai dizer agora?”.
Eu? Ora, vou dizer que estava e estou certo em minhas análises — que estão em arquivo — e que os LULISTAS É QUE TÊM MOTIVOS PARA SE PREOCUPAR. Mais do que isso: os números demonstram como é falaciosa a gritaria promovida pelo PT.
Agora vamos proceder às explicações.
A maneira de Dilma governar é aprovada, segundo o Ibope, na pesquisa trimestral que faz para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), por 78% dos brasileiros — em setembro, eram 77%. O percentual de entrevistados que acham o governo “ótimo” ou “bom” se manteve em 62%. Números, sem dúvida, vistosos.
Algum grande sucesso governamental nos últimos tempos, além das previsões de Guido Mantega sobre o crescimento, com margem de erro de três pontos para menos, como ironizou o jornalista Sandro Vaia? Não que eu me lembre. Mas também não houve deterioração importante na qualidade de vida da maioria.
Pois bem! Os petistas digam, como sempre, o que lhes der na telha. Eu entendo, por exemplo, que a população aprovou a demissão de Rosemary Noronha, a, como é mesmo?, “amiga íntima” de Lula, e da quadrilha de que ela era “braço político”, segundo a Polícia Federal.
Sim, sim, sim, Dilma conseguiu fazer com que os brasileiros a vejam de uma maneira particularíssima, isto é bem verdade (e pior para a oposição que assim seja): é tida como a moralizadora do governo que ela mesma montou.
A demissão daquela batelada de ministros por suspeita de corrupção fez bem à sua imagem, todo mundo sabe. A defenestração da turma da Rosemary, do mesmo modo, reforça a posição da “moralizadora”.
A demissão daquela batelada de ministros por suspeita de corrupção fez bem à sua imagem, todo mundo sabe. A defenestração da turma da Rosemary, do mesmo modo, reforça a posição da “moralizadora”.
Assim, entendam uma coisa: A GRITARIA HISTÉRICA DOS PETISTAS, QUE ACUSAM A “MÍDIA GOLPISTA” DISSO E DAQUILO, É NADA ALÉM DE… HISTERIA MESMO!
A presidente sabe que, por enquanto, ela não tem muito mais a oferecer do que isto: a imagem pública de que é intolerante com a corrupção. Não por acaso, em entrevista na França, resolveu ressaltar esse aspecto.
A presidente sabe que, por enquanto, ela não tem muito mais a oferecer do que isto: a imagem pública de que é intolerante com a corrupção. Não por acaso, em entrevista na França, resolveu ressaltar esse aspecto.
Por que eu estaria chateado?
Por que eu estaria chateado? Tenho escrito sobre isso com frequência. Até parece que eu previ um desastre para Dilma. Ao contrário: eu antevi, tudo o mais constante, um desastre é para a oposição. Terminava assim (em azul) um longo artigo meu publicado aqui no dia 16 de julho deste ano:
O ponto é o seguinte, meus caros: seria ruim ter um governo falando sozinho ainda que ele soubesse para onde vai; não sabendo, aí a coisa já é mesmo temerária. O pior que pode acontecer ao país é o que eu chamo de “naturalização das escolhas político-administrativas”, como se elas fossem soluções ditadas pela lógica do processo, que não comportassem alternativas. Ora, se não comportam, com que cara a oposição se apresenta em 2014 para tentar tomar o cetro das mãos de Dilma? Ainda que faça um governo medíocre, as únicas forças que Dilma tem a temer, dada a toada, são mesmo Lula e o PT…
Não gosto do petismo e acho que deveria ser tirado do poder pelas urnas? Tudo verdade! Gostaria que Dilma fosse derrotada em 2014 porque não aprovo o rumo adotado? Verdade também.
Nesse sentido, sua possível reeleição não é do meu gosto. Mas eu prezo ainda mais a objetividade.
Uma coisa é o que eu quero que aconteça; outra, distinta, é aquilo que acho que vai acontecer em circunstâncias dadas.
OS MEUS LEITORES SEMPRE SOUBERAM DISTINGUIR UM ELEMENTO DE OUTRO. Não vêm aqui em busca de torcida. Assim, no que concerne à questão puramente intelectual, fico satisfeito com o resultado do Ibope porque ele referenda a minha análise.
Atenção! Leitores tendem a desconfiar desses números portentosos e coisa e tal. Isso pode dar, sim, pano pra manga. Não acho que seja assim. Mas não vou especular sobre erros ou má-fé. Uma coisa é inegável: o governo tem a aprovação da maioria.
“O que você vai dizer agora, Reinaldo?” Ora, o óbvio: eu estava certo!
Lulismo preocupado, não eu!
Quem tem de ficar preocupado é o lulismo, não eu. Refiro-me àqueles que tratam Lula como um Dom Sebastião in praesentia, o que é um exotismo brasileiro.
O sebastianismo só fazia sentido porque o mito não estava encarnado. Mas a gente gosta de assombrar o mundo.
Há uma fatia do petismo que adoraria ver Dilma se esborrachando para que Lula decidisse, então, reocupar “o seu lugar”.
Os petralhas são tontos. Acham que não tenho interlocução nenhuma no governo que está aí. Tenho, sim! Há petistas em penca que hoje ficam se livrando dos petardos jogados pelos fanáticos de Lula, que o querem de volta. Mas, como se vê, salvo um evento absolutamente fora da lógica dos fatos, isso não acontecerá. Dilma será a candidata do partido em 2014 — “a menos que ela não queira”, sonhou o Apedeuta dia desses… Acontece que ela quer!
Pior também para a rapinagem ideológica de Rui Falcão. Naquela vídeo divulgado ontem, ele denuncia uma conspiração contra Lula. Faz crer que o ambiente está conflagrado, numa espécie de Fla X Flu “Lula X Anti-Lula” Para que essa falsidade fosse ao menos verossímil, seria preciso que a popularidade de Dilma tivesse despencado; que a massa de eleitores estivesse a jogar no colo do atual governo as lambanças do antecessor; que houvesse mesmo um clima de caça ao petismo nas ruas…
Mas não existe nada disso! Ao contrário: justa ou injustamente (não importa), a população tem uma avaliação positiva do governo, mas certamente não apoia aqueles petistas que o STF condenou por corrupção passiva e formação de quadrilha (Dirceu-Genoino-Delúbio); certamente não apoia a quadrilha do Rosegate; certamente não apoia que um político misture suas necessidades privadas com a vida pública.
EXISTE UM PT SEBASTIANISTA, MAS NÃO EXISTE O ELEITOR SEBASTIANISTA.
O que a pesquisa demonstra, sem chance para dúvidas, é que as conspirações denunciadas por setores do PT são mentirosas e que a “mídia golpista” é a principal aliada do governo Dilma. Eles também dizem por que Lula não será o candidato do PT em 2014, para desconsolo da ala punk do partido.
14 de dezembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo
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