Camisa de força – Anunciado como herdeiro político de Hugo Chávez, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, é tão inconsistente como candidato que será preciso usar um defunto para sustentar sua campanha rumo ao Palácio de Miraflores.
Depois de anunciar que Chávez seria embalsamado e que o velório se estenderia por mais sete dias, a conta da última sexta-feira (8), Maduro agora ingressa nas raias do absurdo e informa que o governo venezuelano investigará a hipótese de que o câncer que tirou a vida do caudilho bolivariano resultou de envenenamento por parte de inimigos no exterior.
Nicolás Maduro, que está presidente interino porque a Constituição do país foi vergonhosamente atropelada, fez essa declaração durante entrevista. “Vamos buscar a verdade. Temos a intuição de que o nosso comandante Chávez foi envenenado por forças obscuras que o queriam fora do caminho”, disse Maduro à rede de televisão regional Telesur, na noite de segunda-feira (11).
Se de fato os chavistas querem a verdade, que a revelem de imediato, contando a realidade dos fatos acerca da morte de Hugo Chávez, que despediu-se da vida ainda em Havana, no primeiro dia do ano, e retornou à Venezuela já embalsamado e horas antes do início de um cortejo fúnebre que contrariou qualquer teoria científica sobre embalsamamento.
A decisão tomada pela cúpula do chavismo de empurrar a população a um período de adoração a Chávez faz parte da estratégia de perpetuação do grupo no poder, como se a Venezuela fosse o quintal de um grupo de obtusos que acreditam que a solução do universo está na socialização da miséria.
Somente um ignorante é capaz de acreditar que alguém que há anos lutava contra um sarcoma que evoluiu para metástase, cuja arriscada cirurgia para contenção do tumor provocou paralisia dos nervos e septicemia, conseguiria sobreviver durante tanto tempo e exibir um semblante sereno dentro do caixão. A mentira pasteurizada é a grande e única ferramenta do socialismo chicaneiro que reina na América Latina.
Nessa epopeia que tem Hugo Chávez como protagonista, não há inocentes e muito menos querubins. Todos, de comum acordo, adiaram o anúncio da morte do tiranete para garantir as negociações sórdidas que ocorreram nos subterrâneos do poder, em Caracas e Havana. Há muito dinheiro envolvido nessa história macabra e quem está no jogo não quer sair, ao passo que aquele que está fora deseja entrar.
A notícia sobre a morte de Chávez aconteceu antes do previsto porque vazaram informações de que o líder bolivariano não estava no hospital militar da capital venezuelana.
12 de março de 2013
ucho.info
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