Rosas e espinhos
Com um discurso duro
contra “previsões alarmistas” sobre o risco de racionamento de energia elétrica,
devido ao baixo nível d’água dos reservatórios das hidrelétricas, e triunfante
ao declarar que o país “vive uma situação privilegiada no mundo”, a presidente
Dilma Rousseff formalizou a redução da conta de luz em cadeia de rádio e TV. Mas
com uma surpresa à altura de quem já está em campanha pela reeleição. O corte
será maior que o anunciado anteriormente.
Sentindo-se necessitada de construir alguma autonomia política em relação à sua sucessão, antes que a campanha eleitoral ganhe pique, e recuperar a confiança empresarial — condição antecedente para sua viabilidade diante do PT e dos partidos aliados, pois influenciada pela retomada do investimento produtivo e do ritmo do crescimento —, Dilma acomodou tais premissas em seu comunicado, sem escorregar.
Para os consumidores residenciais, o corte da conta de luz será de 18% (contra 16,2%, conforme anúncio feito em setembro), e, para as empresas, poderá chegar a 32% (antes, a 28%), dependendo do setor.
Na prática, será menos.
Sentindo-se necessitada de construir alguma autonomia política em relação à sua sucessão, antes que a campanha eleitoral ganhe pique, e recuperar a confiança empresarial — condição antecedente para sua viabilidade diante do PT e dos partidos aliados, pois influenciada pela retomada do investimento produtivo e do ritmo do crescimento —, Dilma acomodou tais premissas em seu comunicado, sem escorregar.
Para os consumidores residenciais, o corte da conta de luz será de 18% (contra 16,2%, conforme anúncio feito em setembro), e, para as empresas, poderá chegar a 32% (antes, a 28%), dependendo do setor.
Na prática, será menos.
A Aneel, a agência
de regulação do setor elétrico, começou a preparar a revisão extraordinária das
tarifas de todas as distribuidoras, inclusive das que recusaram a renovação
antecipada dos contratos de concessão (condicionada à aceitação do corte
tarifário), já que o benefício será universalizado.
Qual será o resultado líquido da desinflação da conta de luz para os consumidores? A ata da reunião do Comitê de Política Monetária, em que o Banco Central decidiu manter a Selic em 7,25%, estima que a tarifa residencial deva ter uma queda de 11% este ano (e adiciona a previsão de 5% para o aumento da gasolina).
Qual será o resultado líquido da desinflação da conta de luz para os consumidores? A ata da reunião do Comitê de Política Monetária, em que o Banco Central decidiu manter a Selic em 7,25%, estima que a tarifa residencial deva ter uma queda de 11% este ano (e adiciona a previsão de 5% para o aumento da gasolina).
Uma pela outra, numa
conta rasteira, o ganho liquido médio ao consumidor seria de 6%.
Na verdade, será
um pouco menos, já que, para elevar o tamanho da redução tarifária, o subsídio
do Tesouro Nacional, segundo informa a Aneel, passará dos R$ 3,3 bilhões
inicialmente estimados para R$ 8,46 bilhões.
O dinheiro sairá
da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo criado em 2002
para fomentar a geração e distribuição de energia e subsidiar outras fontes,
como a eólica.
Como o Tesouro
somos nós, pagamos, nós mesmos, o que recebemos.
Antônio Machado/Correio Braziliense
26 de janeiro de 2013
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