"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PASSEATA MONSTRO EM PARIS CONTRA CASAMENTO GAY PROPOSTO PELOS SOCIALISTAS


Vista das marchas convergindo aos pés da Torre Eiffel [Foto do site do Estadão]
Com a participação de jovens, idosos e famílias inteiras, boa parte de caravanas do interior do país, milhares de franceses marcharam neste domingo, 13, nas ruas de Paris para protestar contra um projeto de lei do governo do presidente François Hollande que autoriza o casamento gay e - o que mais tem atraído oposição - permite que casais de pessoas do mesmo sexo possam adotar crianças.
 
O protesto, que teve apoio da Igreja Católica, contou com cerca de 350 mil pessoas, de acordo com cálculos da polícia - o que o torna a maior manifestação em Paris em 20 anos -, ou 800 mil pessoas, segundo anunciaram os organizadores, da frente Manif pour Tous (“Manifestação para Todos”).
 
Os manifestantes vieram para a capital francesa em cinco trens de alta velocidade, 900 ônibus e inúmeros comboios de carros. A marcha partiu de três pontos diferentes de Paris e, após 6 quilômetros, os grupos convergiram para a frente da Torre Eiffel, exibindo faixas como “Não ao casamento unissex” e “Somos guardiães do Código Civil”, e outras bem-humoradas, exibidas por crianças, como “Feito por papai e mamãe”.
 
“Nada temos contra diferentes formas de viver, mas achamos que uma criança precisa crescer com um pai e uma mãe”, disse Philippe Javaloves, um professor de literatura que participou de uma caravana de 300 pessoas da Província de Franche-Comté, no leste do país.
 
A humorista Frigide Barjot leu um manifesto exigindo de Hollande a retirada do projeto de lei e pedindo um debate nacional antes de a lei ir à votação.
 
Além da hierarquia católica, uma coalizão híbrida composta de famílias religiosas, políticos conservadores, muçulmanos e evangélicos acabou minando nos últimos meses o apoio ao projeto de lei do governo, que deve ser votado no fim do mês na Assembleia Nacional. Pesquisas feitas em agosto apontavam em torno de 65% de apoio à lei, índice que caiu para 52%, segundo sondagem divulgada neste domingo.
 
Hollande contava com a maioria parlamentar para aprovar a lei sem maiores sustos. Mas a mobilização nos últimos meses, centrada no veto à adoção e no registro de crianças concebidas por meio de inseminação artificial por casais gays, ameaça a aprovação do projeto de lei.
 
Registro. A união civil de casais gays é autorizada na França desde 1999. Os opositores do projeto de lei querem impedir que a união civil homossexual adquira o status de matrimônio, para que pessoas do mesmo sexo não possam registrar filhos. Pesquisa da revista Le Nouvel Observateur mostra que o país está dividido sobre essa questão: 50% são contra a adoção de crianças por casais homossexuais. Apesar do peso do protesto de ontem, o governo Hollande promete não recuar.
 
14 de janeiro de 2013
in aluizio amorim
 

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