As denúncias do empresário Marcos Valério contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva podem ser remetidas para o primeiro grau do Ministério Público nesta semana, segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Valério, condenado pelo STF a mais de 40 anos de prisão por ter operado o esquema do mensalão prestou depoimento a Gurgel em setembro do ano passado, no auge do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, e disse que o ex-presidente tinha conhecimento do esquema de corrupção usado para comprar apoio político no Congresso.
Lula e o PT negaram as acusações e como o petista não tem mais foro privilegiado as denúncias de Valério devem ser analisadas pela primeira instância da procuradoria da República.
“Estou conluindo a análise para que possa efetivemente verificar se não há qualquer pessoa com prerrogativa de foro digamos envolvida e não havendo, como o ex-presidente já não detém a prerrogativa de foro, a hipótese será de envio à procuradoria da República em primeiro grau”, disse Gurgel a jornalistas na terça-feira.
“NOS PRÓXIMOS DIAS”
“Eu acredito que isso (o envio do depoimento para o primeiro grau) será feito nos próximos dias”, acrescentou.
Gurgel disse ainda que não emitirá nenhuma orientação junto ao depoimento de Valério porque não tem essa atribuição.
“Não cabe, porque o procurador-geral não detém atribuição para oficiar nesses autos e então qualquer juízo que eu fizesse seria indevido e até uma interferência indébita na atuação do colega”, argumentou.
O depoimento de Valério é tratado com cuidado pelo procurador-geral que já declarou que o empresário é um “jogador”.
O empresário mineiro recebeu a maior condenação entre os 25 réus do mensalão considerados culpados pelo esquema, que teria servido para comprar apoio político no Congresso no primeiro mandato de Lula.
O processo no STF levou mais de cinco meses para ser julgado e os ministros da corte não analisaram outros processos nesse período. Além de Valério, tradicionais dirigentes petistas como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o deputado José Genoíno, presidente do PT á época, também foram condenados à prisão em regime fechado.
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