O VALOR publicou
uma longa entrevista com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. A entrevista
foi concedida as jornalistas Vera Brandimarte, Maria Cristina Fernandes e
Cristiane Agostine (clique aqui para assinantes). Independentemente de
concordar ou não com as opiniões do ex-presidente vale a pena ler a entrevista.
O ex-presidente Lula continua ativo no cenário político e mostra disposição para participar ativamente da campanha eleitoral e subir nos palanques. E ainda mostra disposição para disputar uma nova eleição em 2018.
Vou destacar os seguinte trechos da entrevista para fazer alguns rápidos comentários:
“Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso.”
“Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa.”
“Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica.”
“O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente:
O ex-presidente Lula continua ativo no cenário político e mostra disposição para participar ativamente da campanha eleitoral e subir nos palanques. E ainda mostra disposição para disputar uma nova eleição em 2018.
Vou destacar os seguinte trechos da entrevista para fazer alguns rápidos comentários:
“Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso.”
“Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa.”
“Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica.”
“O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente:
nunca pensei que
eu fosse tão bem remunerado para fazer palestra.”
Primeiro
Primeiro
Com todo o
respeito à nossa presidente, acho que o ex-presidente exagera quando fala que
esse país nunca teve alguém tão bem preparada quanto a presidente Dilma. O
governo nesses dois primeiros anos cometeu uma série de erros ao intervir de
forma excessiva na economia e o investimento público como % do PIB caiu, algo
que ninguém acreditava dado a fama de “gerente” da presidente Dilma. Apenas
depois de dois anos o governo reconheceu que precisará fazer concessões para
destravar a agenda de investimento.
A ex-Ministra Marina Silva em entrevista no domingo ao Estado de São Paulo (clique aqui) falou que a presidente Dilma ainda não tem uma marca de governo, como teve o governo FHC (estabilização) e o governo Lula (politicas sociais), e que a lógica das medidas do governo ainda é de curto-prazo. Isso não seria compatível com alguém com um plano de governo bem estruturado ao chegar a presidência da República. Segundo
A ex-Ministra Marina Silva em entrevista no domingo ao Estado de São Paulo (clique aqui) falou que a presidente Dilma ainda não tem uma marca de governo, como teve o governo FHC (estabilização) e o governo Lula (politicas sociais), e que a lógica das medidas do governo ainda é de curto-prazo. Isso não seria compatível com alguém com um plano de governo bem estruturado ao chegar a presidência da República. Segundo
As dificuldades
de 2011 e 2012 estão longe de serem consequências de uma política de combate à
inflação. O governo, em 2012, foi muito expansionista no front fiscal e
monetário e a inflação passou a ser secundária pelo menos até o momento. O
cientista político André Singer em conference call ontem na GOAssociados falou,
ao responder uma pergunta do economista Samuel Pessoa sobre o excesso de
intervenção do Estado na economia, que é possível que esse excesso de
intervenção agora entre em pausa pelo menos até 2015. O governo Dilma precisará
olhar com mais atenção para inflação porque é isso o que mais pode prejudicar
sua popularidade e não um crescimento entre 3% e 3,5% neste e no próximo ano.
Singer até apostou que se a inflação não ceder até maio, o BACEN aumentará a
taxa de juros. Terceiro
Empresários nunca
vão compreender que a economia tem altos e baixos. Mas quem deveria compreender
muito bem isso é a equipe econômica. No entanto, a equipe econômica tem
dificuldades de aceitar um baixo crescimento e até mesmo aceitar esse baixo
crescimento não é mais resultado de problemas de demanda. É fato que o governo
hoje fala de “restrições do lado da oferta” e tem convidado professores da UNB
para falar sobre produtividade em palestras nos Ministérios. Mas o arsenal de
medidas econômicas ainda é muito voltado para o crescimento de curto-prazo e
baseado na ideia de que o setor público pode microgerenciar a economia.
Quarto
O ex-presidente
Lula está correto ao afirmar que não há nada errado em viajar bancado por
empresas privadas e cobrar por palestras e defender interesses dessas empresas.
O que se questiona, no entanto, é se essa relação vai além disso, i.e. se o
ex-presidente teria poder de influenciar a agenda do governo para favorecer
empresas específicas como foi a tentativa de transferir o estaleiro Jurong do
Espirito Santo para o porto de Açu no Rio de Janeiro a pedido do empresário Eike
Batista. O problema não é cobrar por palestras, mas sim usar eventualmente seu
poder junto ao governo para favorecer empresa “A” ou “B”.
E aqui as empresas
têm também culpa no cartório, pois utilizam do seu poder econômico para tentar
comprar acesso privilegiado ao governo, qualquer que seja o
governo.
Transcrito do
original :
30 de março de 2013
camuflados
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