"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 6 de abril de 2013

A IDEOLOGIA DE STÁLIN E SUA CAUSA MALDITA

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Livro traça um perfil fiél de Stálin e seus ideais comunistas (Reprodução/Internet)
História soviética

Livro sobre Stálin estabelece o ditador firmemente dentro do contexto histórico

 
Em primeiro lugar, Stálin era um comunista que acreditava que a causa sagrada justificava as medidas mais extremas: o que seria chamado pelos incréus de barbaridade sem precedentes. A mensagem central do magistral novo livro de Robert Gellately, Stalin’s Curse: Battling for Communism in War and Cold War, desconfortará aqueles que acreditam que o stalinismo foi uma aberração ou uma reação a erros do Ocidente. É fácil dizer que Stalin era simplesmente um psicopata, que ele acreditava no terror pelo terror, ou que o culto à personalidade do Czar Vermelho eclipsou a ideologia. Um profundo leninista, Stalin era conspiratório, letal, cínico e absolutamente convencido de suas razões.
 
Stalin’s Curse tem como fontes principais os arquivos alemães e russos, além de numerosos relatos de primeira mão e a formidável capacidade interpretativa do autor. Diferentemente de outras biografias que se concentraram nos episódios mais sensacionais da vida do ditador, esta estabelece Stalin firmemente dentro do contexto histórico: a ascensão (e finalmente a queda) do que o autor chamada de "Império Vermelho". O trabalho mais recente de Gellately pode reivindicar com tranquilidade o título de melhor volume único da fase mais obscura da história russa.tem como fontes principais os arquivos alemães e russos, além de numerosos relatos de primeira mão e a formidável capacidade interpretativa do autor. Diferentemente de outras biografias que se concentraram nos episódios mais sensacionais da vida do ditador, esta estabelece Stalin firmemente dentro do contexto histórico: a ascensão (e finalmente a queda) do que o autor chamada de "Império Vermelho". O trabalho mais recente de Gellately pode reivindicar com tranquilidade o título de melhor volume único da fase mais obscura da história russa.

O suposto gênio estratégico de Stálin não recebe muito crédito, bem como suas capacidades como general. Stálin logrou sucesso, repetidas vezes, devido a uma atenção obsessiva aos detalhes e à crueldade. Ele tratou com muito cuidado a questão de estender o domínio soviético em lugares conquistados ao fim da guerra.

Durante a furiosa conquista da Alemanha, os soldados do Exército Vermelho vingaram o sofrimento de sua pátria em uma orgia de destruição. O escopo do sofrimento é inconcebível. E a praticamente esquecida fome pós-guerra da União Soviética matou entre 1 milhão e 2 milhões de pessoas. O comunismo provavelmente matou cerca de 25 milhões de pessoas: aproximadamente o mesmo número de mortes causadas pelos nazistas.

Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá

06 de abril de 2013
Fontes:The Economist-Stalin and his cursed cause

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