O mercado para programas que auxiliam hackers a penetrarem em sistemas de computador
Trata-se de um tipo de programa por vezes descrito como “poder absoluto” ou “Deus”. Não surpreende, portanto, o fato de suas vendas estarem aumentando. Pacotes de código de computador, conhecidos como “exploits“, permitem que hackers se infiltrem ou mesmo controlem computadores que executam programas em que uma falha de projeto, chamada de “vulnerabilidade”, tenha sido descoberta. Grupos criminosos – e terroristas, numa escala menor – compram “exploits” em mais de duas dúzias de fóruns on-line ilícitos ou através de uma dezena de corretores clandestinos, afirma Venkatramana Subrahmanian, um especialista nesses mercados negros da Universidade de Maryland. Ele equipara as transações à “venda de armas a criminosos”.
Há apenas doze anos a compra e venda de exploits ilícitas eram raras, mas hoje em dia os mercados paralelos se disseminaram. Exploits possibilitam que criminosos roubem dados e dinheiro e, o que é ainda pior, forneçam poder de fogo cibernético para governos hostis que de outra maneira não teriam o conhecimento para atacar os sistemas computacionais de países avançados.
Leis para banir o comércio de exploits estão sendo discutidas. Marietje Schaake, holandesa e membro do parlamento europeu, está liderando um esforço para aprovar leis de controle a exploits. O projeto está angariando apoio, ela afirma, porque esses instrumentos podem ser usadas como "armas digitais" por regimes despóticos. Por exemplo, essas poderiam ser usadas para monitorar o tráfego de informações do telefone celular de um dissidente. No entanto, é improvável que essas novas leis sejam eficientes.
Exploits é uma forma de conhecimento expressado em código de computador. É inútil tentar impedir que as pessoas gerem e disseminem conhecimento. Ademais, é difícil localizar a origem das exploits. Os hackers as mantêm em segredo de modo que as vítimas não consigam identificar e sanar a vulnerabilidade.
*Adaptado e traduzido da Economist por Eduardo Sá
01 de abril de 2013
Fontes:The Economist-The digital arms trade
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