"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 15 de maio de 2013

ELEIÇÃO OU MORTE!

 

dilma-brava


Com que então dona Dilma botou pra correr o único técnico abalizado e “não criativo” que restava no alto comando da sua equipe econômica e ainda sinalizou que pensa em Arno Augustin para o lugar dele.

Nelson Barboza, o ex-Secretário Executivo do Ministério da Fazenda estava atrapalhando.
Não é petista, entende a matemática pela lógica inexorável dos números, reconhece um fato quando ele surge no seu caminho.

O resto do time, a começar pelo ministro, não conta. São todos “simsenhoras”, paus mandados que juram ver nos fatos e na matemática apenas e tão somente o que sua mestra mandar que vejam.
Arno Augustin é mais que isto.

dilma-brava


Arno Augustin é um soldado pro-ativo da corrente “Democracia Socialista” do PT gaucho. Hoje já acumula a inacreditável dobradinha de funções de Secretário do Tesouro Nacional e principal articulador oficial da campanha presidencial de Dilma.

Agora pode vir a ser, também, o executor do que dona Dilma decretar que a economia brasileira seja, os fatos que se fodam, o Congresso que se foda, a matemática que se foda, como sempre.
Eleição ou morte!
Ah, O Poder!

Em que momento o torturador esquece a resposta que estava procurando e se apaixona pelo ato de torturar? Pelo poder de infligir a dor?

dilma-brava


Em que momento o guerrilheiro esquece “a causa” e entrega-se à vertigem da onipotência da escolha de quem vai viver e quem vai morrer? À volúpia de puxar o gatilho? Ao poder de ter esse poder?

Que tipo de processo leva os “partidos da ética na política” a passarem do assassinato moral dos paulo de tarsos venceslaus em nome da conquista do poder nacional para “a causa“, via caixa 2, para a eliminação física dos celsos daniel para que cada ex-idealista seduzido pelas delícias do poder aquisitivo possa seguir locupletando-se em paz?

Em que altura do caminho o pecadilho dos “incentivos” a congressistas venais para passar reformas de interesse nacional se transforma numa industria e o antigo contestador se converte no parteiro de uma nova nobreza?

dilma-brava


Essa história dos meios e dos fins sempre foi complicada. O ovo e a galinha. Uma coisa se transforma na outra.

Começa que o autor do projeto nunca é quem executa a obra. O formulador da “causa” está sempre distante de quem vai, afinal, tomar com ela o poder. Entre uma coisa e outra é preciso abrir a porta aos brutos para fazer o serviço sujo, tornar-se cumplice … ou vitima deles…

O resto vem da natureza diabólica do poder que sempre corrompe, e que corrompe absolutamente quando é absoluto.

Mas, êpa! Lá vai o Rousseau que me tocaia sempre tentando alçar seu vôo…
Quem disse que é preciso um processo para alguém tornar-se ruim“?

dilma-brava


Quem disse que não é o contrário?
Não, não existe um direito natural à vida. Na Natureza ela tem de ser arrancada, minuto a minuto, dos braços da morte.

A civilização, a ética, o altruísmo são contraintuitivos. São a superação da lei do mais forte; a quebra da regra do “survival of the fittest”.

E “democracia” é só a tradução dessa ruptura para o “engenheirês social“.

Os direitos das minorias, o respeito à divergência, o culto à liberdade que implica as renuncias da responsabilidade, tudo isso são tentativas de escapar à escravização à lei da selva de que todos somos filhos e que, por si mesma, só puxa pelo aperfeiçoamento da brutalidade, esta que entre os animais racionais serve-se, em tempos de paz, principalmente da mentira e da perfídia.

dilma-brava


Fazer prevalecer essa anti-natureza requer um acordo, uma anuência geral em torno de objetivos comuns que, por sua vez, pressupõem uma sintonia de linguagem e um afinamento dos discursos.
Educação, enfim. Mais que isso, até. Requer uma cultura…
E renuncias. Muitas renuncias.

Quase todos os nossos atos; quase todas as nossas reações, continuam, afinal, sendo pautadas pela mesma velha lógica dos homens das cavernas. Em direção à opressão navega-se sempre a favor do vento. Literal ou figuradamente, seguimos caçando e sendo caçados; comendo ($) até explodir enquanto houver comida ($) ao alcance da boca, a menos que continuar a fazer isso é que passe a custar a vida porque a sociedade assim convencionou.

Há um livro recente muito interessante – The Caveman Logic, The Persistence of Primitive Thinking in a Modern World (aqui) – onde se demonstra isso de forma muito clara.

Bem que o Zé Dirceu avisou que com ela é que ia começar o governo do PT. Dona Dilma, seus soldadinhos e seus empresários amestrados são predadores que não escondem mais as garras.
É matar ou morrer.

ar11

15 de maio de 2013
vespeiro

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