Os fundos de investimento ligados a índices de inflação, como o IPCA, que chegaram a render mais de 20% no ano passado, perderam R$ 4,397 bilhões em recursos nos últimos 30 dias, sendo R$ 2,853 bilhões apenas neste mês.
A "sangria" decorre da rentabilidade negativa desses fundos, cujos cotistas tiveram perdas médias de 4,29% nos últimos 30 dias (-1,76% em junho) devido à instabilidade nos juros e nas projeções de taxas, especialmente as de longo prazo, que assumem o maior risco de variação.
A "sangria" decorre da rentabilidade negativa desses fundos, cujos cotistas tiveram perdas médias de 4,29% nos últimos 30 dias (-1,76% em junho) devido à instabilidade nos juros e nas projeções de taxas, especialmente as de longo prazo, que assumem o maior risco de variação.
Esses fundos compram títulos como as NTN-B (Nota do Tesouro Nacional série B) com vencimento em 2035, um dos papéis mais populares no site do Tesouro Direto e que perderam 16,57% de seu valor nos últimos 30 dias.
A razão é o forte aumento nos juros embutidos nesses papéis. No fim do ano passado, quando a taxa Selic estava em 7,25% e não havia sinais de aumento nos juros, esses títulos eram negociados com taxas de 2,8% mais a inflação pelo IPCA até 2035; ontem, a taxa estava em 5,75%.
Ou seja, quem comprou o papel no fim do ano passado fez um péssimo negócio em relação ao que poderia fazer ontem. E até 2035.
PERDAS
Para compensar a mudança de cenário, esses títulos são negociados agora com forte deságio, daí as perdas de 16,57% em 30 dias.
Essas perdas, porém, só são assumidas se a pessoa vender os papéis. Se ficar com o título até o vencimento, consegue levar o que foi prometido (que é bem menos do que se comprasse agora).
Trata-se de uma das maiores perdas no mercado de renda fixa já vistas desde 2002, quando começou a chamada "marcação a mercado".
Pela marcação a mercado, os gestores são obrigados a atribuir um valor diário aos papéis -daí as perdas. Àquela época houve forte alta nos juros e o investidor ficou assustado ao perder dinheiro, pela primeira vez, aplicando em fundos conservadores de renda fixa.
"É uma das maiores perdas da indústria de fundos, que chega até a previdência privada", disse o consultor Marcelo d'Agosto, especialista em fundos de investimento.
"Esses fundos renderam muito no ano passado e agora estão devolvendo parte do ganho. Quem sair agora vai realizar prejuízo", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.
O movimento ocorre com todos os fundos que aplicam em títulos com juros prefixados com taxas menores do que as atuais. Nesses momentos, a alternativa são os fundos DI, que aplicam em papéis pós-fixados e renderam 0,53% e captaram R$ 4,854 bilhões em 30 dias.
A razão é o forte aumento nos juros embutidos nesses papéis. No fim do ano passado, quando a taxa Selic estava em 7,25% e não havia sinais de aumento nos juros, esses títulos eram negociados com taxas de 2,8% mais a inflação pelo IPCA até 2035; ontem, a taxa estava em 5,75%.
Ou seja, quem comprou o papel no fim do ano passado fez um péssimo negócio em relação ao que poderia fazer ontem. E até 2035.
PERDAS
Para compensar a mudança de cenário, esses títulos são negociados agora com forte deságio, daí as perdas de 16,57% em 30 dias.
Essas perdas, porém, só são assumidas se a pessoa vender os papéis. Se ficar com o título até o vencimento, consegue levar o que foi prometido (que é bem menos do que se comprasse agora).
Trata-se de uma das maiores perdas no mercado de renda fixa já vistas desde 2002, quando começou a chamada "marcação a mercado".
Pela marcação a mercado, os gestores são obrigados a atribuir um valor diário aos papéis -daí as perdas. Àquela época houve forte alta nos juros e o investidor ficou assustado ao perder dinheiro, pela primeira vez, aplicando em fundos conservadores de renda fixa.
"É uma das maiores perdas da indústria de fundos, que chega até a previdência privada", disse o consultor Marcelo d'Agosto, especialista em fundos de investimento.
"Esses fundos renderam muito no ano passado e agora estão devolvendo parte do ganho. Quem sair agora vai realizar prejuízo", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos.
O movimento ocorre com todos os fundos que aplicam em títulos com juros prefixados com taxas menores do que as atuais. Nesses momentos, a alternativa são os fundos DI, que aplicam em papéis pós-fixados e renderam 0,53% e captaram R$ 4,854 bilhões em 30 dias.
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
24 de junho de 2013
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