Segundo FHC, todas as discussões se fecharam dentro do Palácio do Planalto e isso fez com que aumentasse o desprestigio das instituições públicas frente os brasileiros. "Houve um encolhimento da agenda nacional", disse o ex-presidente dando exemplos de questionamentos feitos pela população durante seus dois mandatos.
"Houve [recentemente] a mudança na lei do petróleo. Ninguém debateu nada. Isso não era assim. Quando nós quebramos o monopólio do petróleo, foi uma briga danada. Havia um debate nacional", afirmou.
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Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes |
Fernando Henrique ainda criticou a falta de direcionamento das reivindicações da população durante os protestos que há pelo menos 15 dias mexem com a agenda política nacional. Citando o colunista da Folha Moisés Naím, o ex-presidente disse que se não houver uma reforma institucional não haverá objetivo concreto alcançado.
"É preciso que haja mudança institucional para que haja um maior engajamento [por parte da população] mas, não se conseguiu isso até hoje", comentou o presidente de honra do PSDB durante a entrevista aos jornalistas Fernando Mitre, Fernando Gabeira e Boris Casoy.
Recentemente, em entrevista à Folha, Fernando Henrique disse que acredita que os políticos não têm condições de compreender a "insatisfação genérica" da população e nem de capitalizá-la. "Tenho dúvidas se os partidos vão ter capacidade de captar tudo isso e transformar ao menos sua mensagem", diz Cardoso.
Aos 82 anos, completados na semana passada, o ex-presidente está lançando o livro "Pensadores Que Inventaram o Brasil" (Companhia das Letras), sobre intelectuais que elaboraram grandes teorias sobre o país. Mas ele diz que nenhum teórico do passado poderia entender o que acontece hoje nas ruas.
24 de junho de 2013
FOLHA DE SÃO PAULO
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