“Porque não, não é resposta!”
Este era o bordão de um programa infantil da TV Cultura. Dito por uma criança quando confrontada com a explicação do inexplicável dos adultos.
Passamos no lulopetismo a ser, todos, crianças. Um imenso jardim da infância. Com bedéis inescrupulosos a reiterarem a arrogância do poder ilimitado. As respostas a nossas dúvidas e questionamentos são as mesmas, mudando o escândalo ou o malfeitor, segundo Dilma. Que é a supervisora da turma.
Ou o silêncio do amante que se julga acima destes “detalhes” de usar o dinheiro público para ter o que, como homem, certamente não teria.
Ou voltando à atividade intensa de lobista, agora na América Latina, ignorando o quanto isto nos causa asco e nojo. Mesmo depois de denunciados o uso das embaixadas e o patrocínio das empreiteiras.
Por quê? Porque sim! Também não é resposta! É ofensa.
Dilma nas mãos de Evo Morales. Chantageada e inerte frente à humilhação que sinto. Que qualquer brasileiro com vergonha na cara sente. Aceitando que um asilado não possa dar um passo em direção ao asilo. Um asilo ilusório. Que serve em um quarto de 20 metros quadrados. Agachando-se diante de Evo até o limite da indecência.
Porque sim não é resposta!
Um Mercosul implodido por quem não teve paciência em ouvir discursos e desprezar recursos. Ou teve clarividência para entender que bolivarianismo (seja lá o que este palavrão signifique) é sinônimo de miséria.
E continuamos sem respostas!
Um partido que se articula com alugados e alugáveis para a permanência no poder. Sem dirigentes. Estão prestes a ir para a cadeia. E a resposta continua sendo: NÃO! Não o quê? Não eram do PT? Não comandavam o esquema descoberto pela imprensa, referendado pela Polícia Federal e condenados pelo Supremo? Eles eram o quê? Dirigentes ou aloprados de alguma seção radical do partido?
Porque SIM não é resposta!
Agora o escândalo do Bolsa-Família. Mais de 600.000 beneficiários com cadastro duplo, recebendo em dobro o que sabem ser somente ajuda. Ou deveria ser.
O “preparo” para o evento que jamais aconteceu. A pronta acusação recaindo sobre uma fictícia central de boatos da oposição. Desmentidos de ministra que, ao negar, preferiu sair de férias e dizer: porque SIM! Mentiras de dirigentes da CEF.
Não sou criança e nunca criei nenhuma baseado nesses conceitos. São ofensivos aos seres humanos que se pretendem livres, pensantes e honestos. Não preciso de bedéis. Não aceito tutores. Muito menos mentirosos.
Esta cultura nojenta que se instalou no Brasil, dos desmentidos oficiais acompanhados das acusações de sempre, é a coroação da canalhice. Da empáfia. Da certeza – deles! – de que somos todos incapazes mentais prontos a aceitar qualquer NÃO ou É ASSIM MESMO!
Não é. Nunca será.
A aliança da incompetência com a conivência agrega imbecis a ladrões. Mas essa junção é deles. Jamais será nossa!
A mim cabe reforçar: PORQUE NÃO, NÃO É RESPOSTA! É ofensa. E escárnio com o MEU DIREITO de ser minimamente respeitado.
Ladrões, ao assaltar, gritam: PERDEU! Essas explicações são um “perdeu!” fora do contexto.
Não perdemos. É só questão de tempo!
04 de junho de 2013
REYNALDO ROCHA
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