"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 4 de junho de 2013

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Aviso tranquilizador


“Foi um caso pontual”.

Marta Rocha, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, sobre o caso do alemão Frank Daniel Baijain, tranquilizando os turistas interessados em visitar o Rio com a informação de que não é todo dia que um alemão é baleado nas favelas cariocas.

Obrigado, senhor

“Nunca antes no Brasil um presidente teve a possibilidade de aprovar um terceiro mandato, mas não quis”.

Lula, na entrevista ao jornal peruano La República, afirmando que todos os brasileiros lhe devem eterna gratidão por não ter estuprado a Constituição.

Uma coisa é uma coisa

“Não é uma caravana eleitoral. É apenas um diálogo com moradores e empresários”.

Jorge Bittar, deputado federal do PT e coordenador da candidatura de Lindberg Farias ao governo do Rio, explicando que semeadura de promessas eleitoreiras não tem nada a ver com colheita de votos.

Não faça o que eu faço

“Os companheiros da comunicação devem compreender que um canal de TV é concessão do estado. E não se pode usar uma concessão para atuar como partido político”.

Lula, na entrevista ao jornal peruano La República, ensinando que nenhuma emissora de TV deve fazer o que faz a TV Brasil, mais conhecida pelos codinomes TV Traço e TV PT.

192 dias

“Quando critico a imprensa, eles dizem que estou atacando. Quando me atacam, dizem que estão criticando”.

Lula, em entrevista ao jornal peruano La República, depois de informar que tem um “pequeno problema com a imprensa brasileira”, ainda sem explicar por que foge há 192 dias de perguntas sobre o caso de polícia em que se meteu ao lado de Rose Noronha.

Neurônio piradão

O direito começa não só pelo direito democrático de participar, de dar a sua opinião, de dizer o que pensa, de se organizar, de reivindicar, enfim, o direito é isso, mas tem um outro direito que é tão importante quanto: o direito da mãe de querer que seu filho estude numa creche de muito boa qualidade.

Dilma Rousseff, aproveitando o comício de lançamento do navio Zumbi dos Palmares para ensinar o que é direito e, de passagem, explicar que no Brasil Maravilha as crianças estudam em creches.

Neurônio doidão

“Hoje não é dia da gente falar sobre a seca, mas eu sempre gosto de acrescentar um aspecto. Estaremos também aqui hoje anunciando, já foi anunciado, mas comemorando o fato de que mais um passo foi dado no combate à seca, que é a subvenção para produção de cana-de-açúcar”.

Dilma Rousseff, no comício de lançamento do navio Zumbi dos Palmares, deslocando-se subitamente do mar para a região da seca para levantar a plateia com a revelação histórica: a melhor maneira de combater as consequências do sumiço das chuvas é dar dinheiro para os donos dos canaviais.

Neurônio mareado

“O Brasil tinha a segunda potência naval nos anos 80, a segunda potência naval”.

Dilma Rousseff, aproveitando o comício de batizado do navio Zumbi dos Palmares para ensinar que, nos anos 80, o Brasil era dono da Marinha chinesa.
 

Pecador inquieto

“Algo não está bem”.

Henrique Alves, presidente da Câmara, começando a desconfiar que alguém que age no PMDB do Rio Grande, é deputado federal desde o Descobrimento e comanda a Casa dos Horrores não tem nenhuma chance de escapar do merecidíssimo castigo no Dia do Juízo Final.

Gastança secreta

“Quando se analisa a Lei de Acesso à Informação, para preservar a segurança da autoridade máxima, era necessário elevar o grau de sigilo”.

Tovar Nunes, porta-voz do Itamaraty, ao explicar por que os documentos sobre as visitas de Dilma Rousseff ao exterior passaram a ser classificados como “reservados” – e, portanto, sigilosos –, sem esclarecer se a decisão foi tomada antes ou depois do embarque da comitiva formada por mais de 50 pessoas que torrou o equivalente a dez casas populares na visita ao papa.

40 de junho de 2013
in Augusto Nunes

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