"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 4 de junho de 2013

UM ENCONTRO ENTRE A PRESIDENTE E O MAMUTE MINISTERIAL NÃODURA MENOS DE 6 HORAS E MEIA

 



O governo brasileiro acabou de fabricar o 39º ministério, mas todo recorde pode ser batido: caso precise saciar o apetite de outro partido da base alugada, o Planalto criará o 40°, ou o 41° ─ não há limites para a engorda do mais obeso primeiro escalão da história.
Enquanto isso, os países do mundo civilizado (ou mesmo do não tão civilizado assim) consegue fazer mais – e melhor – com muito menos. No Reino Unido, por exemplo, os ministros são 24. A França tem 21 e o Chile, 22.

A Alemanha exibe a economia mais sólida da Europa, mas se contenta com 14 ministérios. Os Estados Unidos estacionaram em 15 há muito tempo. Até Angola, com 28 cabeças, parece sofrer de raquitismo perto do mamute brasileiro.

A façanha consumada por Dilma Rousseff exige um esforço e tanto para promover-se uma simples reunião ministerial. Caso cada integrante da equipe falasse por apenas 10 minutos, por exemplo, a maratona não consumiria menos de seis horas e meia ─ sem intervalos.

Imagine-se, como sugeriu o comentário de um minuto para o site de VEJA, que Dilma resolva saber como vão as coisas em todos os setores com 39 audiências, uma por dia. Levaria dois meses para completar a empreitada. Haja paciência. Haja dinheiro público. E haja espaço: lado a lado, eles não cabem sequer na fotografia.

04 de junho de 2013
BRANCA NUNES

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