"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 13 de junho de 2013

POR QUE LULA TEM SAUDADES DE MEIRELLES


 
Sim, Meirelles faz falta, pois mantinha os juros reais enormemente altos  para satisfação da oligarquia financeira mundial e seus subalternos do Itaú e demais patrocinadores do inqualificável entreguista FHC.
 
Com isso, Lula contou com o aval do eixo Londres/Nova York. Estava, pois blindado.
 
Dilma já não conta com o mesmo respaldo da metrópole. Está cada vez mais acuada, cede cada vez mais às transnacionais de todas as áreas (como seus predecessores) e, ainda assim, está sob o fogo da desestabilização.
 
Embora a oligarquia já tenha quase tudo, ou praticamente tudo, está usando essa tática para obter ainda mais. Aproveita mais uma crise às portas – e as crises são tão certas como o sol e a chuva, nesse modelo desnacionalizante, concentrador e desestruturante.  Eles vêm, sempre violentas após alguns anos, de arrefecimento.  Ela já se prenuncia com o volume e aceleração do crescimento do déficit nas transações correntes, além de conflitos que já configuram convulsão ou pré-convulsão interna.
 
A oligarquia está usando a linha de culpar – não de todo injustamente,  o governo de Dilma pela crise – cuja verdadeira causa é o próprio modelo dependente e entreguista, escondendo-a como sempre. Saqueia enquanto ilude, principalmente a classe média, com falsas avaliações e  a ilusão de que as eleições podem mudar alguma coisa para melhor (na verdade, sempre podem, para pior).
 
Assim, para assegurar seu poder total sobre o País, a oligarquia busca o melhor dos mundos para ela: extorquir o máximo de Dilma, enquanto a prepara a entrada dos radicais do entreguismo nas próximas eleições.
 
Finalizando, Lula mostra-se,  como sempre, hábil manipulador, apesar de sua ignorância, decorrente em parte de sua esperteza. Muitos, como provavelmente Lula, fingem não entender certas coisas, como estratégia para se manter à tona num sistema que só dá espaço aos medíocres, seja os inatos, seja os que simulam essa condição.

13 de junho de 2013
Adriano Benayon, Economista, é autor de “Globalização versus Desenvolvimento”.

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