Popularidade em queda, Dilma financia mobília
Dilma reservou R$ 18,7 bilhões em verbas do Tesouro para bancar uma nova linha de crédito à clientela do Minha Casa, Minha Vida. Agora, além da residência, a pessoa poderá financiar a mobília: R$ 5 mil para cada família, a taxas de 5% ao ano.
Estima-se que serão beneficiadas 3,75 milhões de famílias. Supondo-se que cada família dessas tenha em média três eleitores, a iniciativa tem um potencial de 11,25 milhões de votos.
Ao discursar na cerimônia de lançamento do novo programa, Dilma beliscou a oposição. Citou o “Velho do Restelo”. Personagem de Camões, o “velho” aparece no canto IV de Os Lusíadas. Da praia, admoestava os navegadores portugueses da era dos descobrimentos. Tornou-se sinônimo de pessimismo e conservadorismo.
“Durante muito tempo, em toda a história do nosso país, muitos velhos do restelo apareceram nas margens das nossas praias”, disse Dilma. “Hoje, o velho do restelo não pode, não deve e, eu asseguro pra vocês, não terá a última palavra no Brasil. Esse programa é mais um som contra o velho do restelo.”
O discurso de Dilma trouxe outra novidade além da linha de crédito para aquisição de móveis e eletrodomésticos. A presidente incluiu no falatório uma menção à política fiscal. A situação que o Brasil vive é de inflação sob controle, de contas públicas sob controle”, disse.
De inflação Dilma já vinha falando. Da saúde dos cofres há muito ela não falava. Essa combinação de carestia com gastança é, por assim dizer, o metafórico velho do restelo que espreita Dilma.
13 de junho de 2013
Josias de Souza - UOL
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