Media Watch - Outros
Espionar não é tudo. Intimidar e manipular é o mais importante. O governo americano não só usou o Imposto de Renda como arma de chantagem para paralisar e destruir toda oposição conservadora e cristã, como, ao mesmo tempo, cobriu de isenções e regalias muitas ONGs notoriamente associadas a movimentos radicais islâmicos, inclusive uma, de propriedade do irmão do presidente, destinada a dar suporte político ao governo genocida do Sudão.
Para completar, mudou os regulamentos militares para ameaçar de côrte marcial qualquer soldado que falasse em público da sua fé cristã, ao mesmo tempo que convocava um religioso muçulmano para discursar no enterro de soldados mortos pelo terrorismo islâmico, os quais o distinto teve, na oração fúnebre, a gentileza de rotular como “infiéis a Allah”.
E cada vez vai-se tornando mais claro que o desastre de Benghazi, seguido de repugnantes esforços de acobertamento, nasceu de um falso seqüestro encenado para dar ao governo americano uma desculpa para colocar em liberdade o sheikh cego, Omar Abdurrahman, mentor de organizações terroristas.
Para quem quer que investigasse por conta própria e raspasse um pouco a superfície das coisas, já eram mais que previsíveis em 2008 toda a perversidade, a mendacidade psicopática e o caráter golpista daquilo que viria a ser o governo Obama.
Para quem confia na grande mídia, eram invisíveis, impossíveis e impensáveis.
A redação dos maiores jornais e canais de TV, neste país até mais claramente do que no restante do universo, compõe-se de dez por cento de trapaceiros e noventa por cento de cretinos que os admiram, que os repetem servilmente e que sonham em ser como eles quando crescerem. E destes, só dez por cento crescem. Sobem aos postos de chefia e ganham espaço personalizado quando transpõem com sucesso o rito de passagem que os habilita a fazer por malícia o que antes faziam por idiotice e espírito de imitação.
Aqueles que não consentem em ser nem trapaceiros nem idiotas acabam por se marginalizar ou ser marginalizados.
O leitor quer ter a gentileza de me apontar, entre os luminares da Folha, do Estadão e do Globo, um, unzinho só, que lhe advertisse em tempo que Obama era um totalitário quatro cruzes, devoto do comunismo e dos radicais islâmicos, disposto a fazer da América um Estado policial, e não para perseguir os terroristas mas sim aqueles que os combatem?
Não, é claro. Todos eles anunciaram uma era de lindezas incomparáveis, o fim da idade das trevas, a apoteose da liberdade e do progresso. E agora, como não podem mais negar aquilo que o planeta inteiro já ficou sabendo sem a ajuda deles, não lhes resta senão apelar, com a maior cara de pau, à desculpa de que tudo o que o Obama faz é culpa do Bush. Não dá vontade de bater nesses desgraçados? E pensa que algum deles sente um pingo de vergonha? Que nada! São todos discípulos do Zé Dirceu: pegos com a mão na cumbuca, trocam de nariz e seguem em frente, impávidos colossos, arrotando sapiência.
Não vou citar nomes porque eles brilham todo dia nas telas e nas páginas, padecendo de um excesso de visibilidade.
O que esses sujeitos e todos os seus similares entendem de política está no nível do que eu entendo de corte e costura. Quando criança, eu ouvia de longe minhas tias conversando a respeito numa linguagem esotérica em que abundavam termos como retrós, sianinha, ponto-cruz, “pence”, viés, o diabo.
Conheço as palavras todas, mas até hoje não faço a menor idéia de quais objetos lhes correspondem no mundo real, se é que aquelas coisas existiam mesmo e as velhinhas não estavam apenas se divertindo às minhas custas. Se, baseado nos conhecimentos assim adquiridos, eu abrisse uma escola de costureiras, estaria me igualando, em competência e idoneidade, àqueles que recebem altos salários para manter o público leitor e telespectador na mais completa ignorância do que se passa no mundo.
13 de junho de 2013
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.
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