"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 2 de julho de 2013

DEPUTADOS DO PMDB VETAM PLEBISCITO E QUEREM REVER ALIANÇA COM PT PARA 2014.


Horas depois de a presidente Dilma Rousseff encaminhar ao Congresso mensagem com itens do plebiscito para a reforma política, a bancada do PMDB da Câmara fechou questão contra a proposta.
 
Em uma reunião em que nem assessores puderam participar, parte dos peemedebistas criticou a iniciativa de Dilma, considerada uma manobra para desviar a atenção dos protestos nas ruas.
 
Em nota, a bancada se posicionou a favor de uma consulta popular, mas apenas em 2014. No debate junto com a sociedade, eles defendem que deverá constar temas como reeleição, tempo de mandato, pacto federativo e sistema eleitoral.
 
"A população não quer ser enganada. Não há tempo hábil de se votar nenhuma medida a não ser que seja consenso para 2014. E dificilmente uma proposta que dependa de Emenda Constitucional terá consenso", afirmou o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), após a reunião.
Sobre o clima de discussão no encontro, o peemedebista resumiu: "Foram três horas e vinte minutos de pancadaria".
 
Dentro da sala de uma das Comissões da Casa, parlamentares do partido se revezaram nos microfones com ataques ao governo federal e análises "ácidas" sobre a condução política da presidente Dilma. Alguns chegaram até a propor uma reavaliação da aliança com o PT nas eleições de 2014, o que rendeu aplausos dos mais exaltados. Além das palmas, não faltaram discursos em tom de chacota. "Estamos discutindo a troca da roupa do morto?", ponderou um. "Vamos evitar o abraço dos afogados", disparou outro.
 
Redução de ministérios
 
Do lado de fora, o deputado Newton Cardoso (MG) verbalizou o descontentamento de alguns. "A aliança está em xeque sim", afirmou. No encontro também ficou decidido que os peemedebistas passarão a adotar um discurso pela redução do número de ministérios.
 
Ao ser questionado se o partido estaria disposto a oferecer seus ministros para o sacrifício dos cortes, o vice-líder do PMDB, Danilo Forte (CE), disse: "Se quiserem levar os cinco do PMDB, podem levar porque eles não valem um".
Por traz do discurso de cortes na Esplanada está a tentativa dos parlamentares de devolver a "batata quente" ao Palácio do Planalto, mudando o foco sobre o debate do plebiscito para o tamanho da máquina governamental e seus 39 ministérios.
 
Segundo peemedebistas ouvidos, há também um sentimento de que Dilma "ultrapassou os limites" ao propor no plebiscito temas que são da alçada apenas do Congresso, como o fim da suplência para Senadores e o fim do voto secreto.
 
(EM)
02 de julho de 2013

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