"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 2 de julho de 2013

DILMA "TRAMBIQUE" PROPÕE QUE PLEBISCITO AVALIE FIM DAS COLIGAÇÕES E VOTO SECRETO

Governo entrega ao Congresso temas para plebiscito sobre reforma política. Executivo sugere consulta popular com questões sobre financiamento público de campanha, sistema eleitoral, voto secreto no Parlamento, suplência no Senado e coligações partidárias
 
 
O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, entregaram ao Congresso, na manhã desta terça-feira, 2, o ofício do Executivo com os cinco temas propostos para um possível plebiscito sobre a reforma política.
 
Os cinco temas sugeridos pelo governo para a realização da consulta popular são o financiamento público ou privado das campanhas eleitorais, o voto proporcional ou distrital, a continuidade ou não do voto secreto no Congresso, o fim da suplência para senador e o fim de coligações partidárias em eleições proporcionais (para vereador ou deputado).
 
Na segunda-feira, 1º, a presidente Dilma Rousseff disse que o Congresso poderá mudar a proposta de reforma política enviada pelo Planalto. “Enviamos nossa sugestão à Câmara e ao Senado no sentido de plebiscito, apontando em linhas gerais, as balizas que julgamos importantes. Isso não significa que outras balizas não podem aparecer”, declarou.
 
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, considerou "respeitosa" a proposta do Executivo de plebiscito para a reforma política. Segundo ele, o governo sugeriu "três ou quatro itens" gerais para a consulta e deixou "a maior parte do tema para consideração dos parlamentares".
 
Ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu o plebiscito para reforma política e disse que a população tem totais condições de opinar sobre a questão. "É fundamental que o povo participe. O povo tem que se expressar, tem o direito de dizer aquilo que ele quer", disse o ministro.
 
Caso o plebiscito seja aprovado pelo Parlamento, Temer lembrou que haverá horário eleitoral para detalhar os itens à população em geral. "Haverá esclarecimento", afirmou.
 
Para Cardozo, não se pode menosprezar a capacidade da população em compreender os temas a serem propostos pelo plebiscito. "Às vezes ainda hoje se parte de um visão, ainda um pouco elitista, de que o povo não sabe votar. O povo sabe votar. Fornecida a informação, o povo tem condições, sim, de fixar as diretrizes para a realidade que ele acha melhor", comentou o ministro

02 de julho de 2013
Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo

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