Não existe prova maior de corrupção do que um governante ou parlamentar devolver dinheiro que recebeu e gastou indevidamente. Eles usam recursos públicos e , se estão em compromisso particular, é óbvio que devem tirar a carteira do bolso para pagar as próprias despesas. É o que qualquer executivo faz, em qualquer empresa, sob pena de demissão por justa causa. Políticos não. Pegos em flagrante delito roubando os cofres públicos apenas informam: vou devolver. E o imperdoável fica por isso mesmo.
Não é à toa que Sérgio Cabral, governador do Rio pelo PMDB, está sitiado na própria casa por manifestantes que exigem a sua renúncia. Ele é um dos piores e reincidentes exemplos de malversação de dinheiro público em beneficio pessoal.
Novamente os jornais informam que o Estado do Rio bancou quatro dias livres do governador Sérgio Cabral (PMDB) em Bruxelas e Londres, em 2008. Sem qualquer compromisso oficial, ele recebeu verbas públicas a título de diárias para visitar as cidades. Lá festejou nos melhores hotéis, tomando os melhores vinhos, com os seus melhores amigos, via de regra beneficiários de vultosos negócios com o estado fluminense.
Não é a primeira vez que Cabral devolve recursos de diárias. A Folha revelou no ano passado que ele recebeu R$ 2.000 para missão oficial em Paris, em 2011, apesar de ter os custos pagos por cartão corporativo do governo. Cabral simplesmente cobrou duas vezes a mesma despesa. Cabral afirmou, por meio de nota, que devolverá os recursos recebidos pelos dias de passeio em Bruxelas, em maio de 2008. Não deveria devolver. Deveria não ter recebido. Deveria ser processado e cassado, pois devolver é confissão do crime.
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