Graças ao “furo” do colunista político do Globo, Ilmar Franco, começam a ser especulados os primeiros dos sete nomes para integrar a Comissão da Verdade:
D. Evaristo Arns, Nilmário Miranda, José Gregori, Paulo Sérgio Pinheiro.
Nada oficial, mas tudo próximo das possibilidades, já que os quatro referidos dispõem de todas as qualidades para o desempenho da função. Para começar, honestidade e capacidade. Mas isenção, também, ainda que diante de seus nomes tenham começado as caretas nos círculos militares infensos à investigação referente aos desmandos dos tempos da ditadura.
O cardeal foi responsável pela primeira denúncia personalizada de torturados e torturadores, no livro “Brasil: Nunca Mais”. Os outros três ocuparam a Secretaria dos Direitos Humanos, nos governos Fernando Henrique e Lula. São cidadãos acima de qualquer suspeita, menos, é claro, por parte daqueles que praticaram crimes de tortura e coisas piores.
O problema para a Comissão da Verdade, quando começar a trabalhar, envolverá inevitáveis desdobramentos capazes de ultrapassar a pessoa dos torturadores. Porque se não tomarem a iniciativa, os depoentes serão indagados sobre os motivos dos abomináveis atos dos quais estarão sendo acusados.
Ousarão denunciar chefes que sabiam ou até estimulavam e autorizavam a tortura? Pior ainda: culparão a doutrina da segurança nacional, urdida naqueles idos, que eram obrigados a seguir? Alegarão a necessidade da luta contra o “inimigo interno” e a existência da “guerra revolucionária”, da “guerra psicológica adversa” e de outras criações geradas pela Guerra Fria?
Mesmo sem poder justificar suas execráveis ações, hesitarão em alegar a existência de muitas verdades dentro da verdade, ou seja, a ação armada, assaltos, sequestros e assassinatos também praticados por partidos, grupos e associações como o PC do B, PCBR, AP, Polop, ALN, MR-8, VPR, Colina, VAR-Palmares, Libelu, Molipo e dezenas de outros? Seria o caso de ouvir seus responsáveis ainda vivos, e são muitos, alguns hoje até importantes, para saber em que delitos se envolveram, ou tipo de modelo pretendiam imprimir ao país, caso chegassem ao poder?
Mais do que num labirinto, a Comissão da Verdade corre o risco de enveredar por um funil que terminará numa máquina de moer carne.
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QUEM SEGURA O CONTA-GOTAS?
Tortura também está sendo a divulgação, em conta-gotas, do pérfido conluio entre o Carlinhos Cachoeira, sua quadrilha, os políticos, os governantes e os empresários a seu serviço. Porque a cada dia novas denúncias fluem aparentemente do relatório da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ora num jornal, ora num telejornal, somos surpreendidos com sórdidos detalhes da corrupção que assola o país.
Começam esta semana os trabalhos da CPI mista designada para apurar a lambança, prevendo-se a divulgação de mais episódios e o envolvimento de mais pessoas. Tomando-se como certo que Carlinhos Cachoeira é apenas um, de muitos bandidos que agem como ele em todo o território nacional, a conclusão só pode ser uma: ou se aproveita agora a oportunidade para a faxina das faxinas ou chame-se de novo Pedro Álvares Cabral para começarmos outra vez…
D. Evaristo Arns, Nilmário Miranda, José Gregori, Paulo Sérgio Pinheiro.
Nada oficial, mas tudo próximo das possibilidades, já que os quatro referidos dispõem de todas as qualidades para o desempenho da função. Para começar, honestidade e capacidade. Mas isenção, também, ainda que diante de seus nomes tenham começado as caretas nos círculos militares infensos à investigação referente aos desmandos dos tempos da ditadura.
O cardeal foi responsável pela primeira denúncia personalizada de torturados e torturadores, no livro “Brasil: Nunca Mais”. Os outros três ocuparam a Secretaria dos Direitos Humanos, nos governos Fernando Henrique e Lula. São cidadãos acima de qualquer suspeita, menos, é claro, por parte daqueles que praticaram crimes de tortura e coisas piores.
O problema para a Comissão da Verdade, quando começar a trabalhar, envolverá inevitáveis desdobramentos capazes de ultrapassar a pessoa dos torturadores. Porque se não tomarem a iniciativa, os depoentes serão indagados sobre os motivos dos abomináveis atos dos quais estarão sendo acusados.
Ousarão denunciar chefes que sabiam ou até estimulavam e autorizavam a tortura? Pior ainda: culparão a doutrina da segurança nacional, urdida naqueles idos, que eram obrigados a seguir? Alegarão a necessidade da luta contra o “inimigo interno” e a existência da “guerra revolucionária”, da “guerra psicológica adversa” e de outras criações geradas pela Guerra Fria?
Mesmo sem poder justificar suas execráveis ações, hesitarão em alegar a existência de muitas verdades dentro da verdade, ou seja, a ação armada, assaltos, sequestros e assassinatos também praticados por partidos, grupos e associações como o PC do B, PCBR, AP, Polop, ALN, MR-8, VPR, Colina, VAR-Palmares, Libelu, Molipo e dezenas de outros? Seria o caso de ouvir seus responsáveis ainda vivos, e são muitos, alguns hoje até importantes, para saber em que delitos se envolveram, ou tipo de modelo pretendiam imprimir ao país, caso chegassem ao poder?
Mais do que num labirinto, a Comissão da Verdade corre o risco de enveredar por um funil que terminará numa máquina de moer carne.
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QUEM SEGURA O CONTA-GOTAS?
Tortura também está sendo a divulgação, em conta-gotas, do pérfido conluio entre o Carlinhos Cachoeira, sua quadrilha, os políticos, os governantes e os empresários a seu serviço. Porque a cada dia novas denúncias fluem aparentemente do relatório da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ora num jornal, ora num telejornal, somos surpreendidos com sórdidos detalhes da corrupção que assola o país.
Começam esta semana os trabalhos da CPI mista designada para apurar a lambança, prevendo-se a divulgação de mais episódios e o envolvimento de mais pessoas. Tomando-se como certo que Carlinhos Cachoeira é apenas um, de muitos bandidos que agem como ele em todo o território nacional, a conclusão só pode ser uma: ou se aproveita agora a oportunidade para a faxina das faxinas ou chame-se de novo Pedro Álvares Cabral para começarmos outra vez…
16 de abril de 2012
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